Crise é oportunidade no Brasil, diz Faria de Oliveira

Mundo Lusíada

Samir Baptista/Efe

>> O Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, brinda com Deborah Vieitas, diretora geral da Caixa Geral de Depósitos do Brasil, durante a inauguração do novo banco da Caixa Geral de Depósitos (CGD), em São Paulo, Brasil, 16 de Fevereiro de 2009.

Em plena crise financeira, a CGD investe cerca de 40 milhões de euros no Brasil. “Faz todo sentido investir neste momento. De fato, é uma crise econômica e financeira muito profunda, mas também é evidente que não se pode cruzar os braços. É exatamente neste momento que é necessário ser mais ativo e mais determinado”, defende Fernando Faria de Oliveira.

Em entrevista à imprensa, Faria de Oliveira explica porquê o Brasil tornou-se uma oportunidade em meio a crise econômica mundial. Segundo ele, um dos fatores fundamentais para a crise é a diminuição do comércio externo mundial. “Para Portugal é fundamental continuar a manter, no setor exportador, um dos seus setores econômicos prioritários. O Brasil é, dentro da comunidade internacional, um dos países que melhor está a comportar-se face à crise internacional”, analisou justificando sua afirmação.

“O Brasil ganhou uma clara estabilidade política, tem paz social, teve um grande desenvolvimento econômico nos últimos anos com crescimento significativo, passou a ser um dos países que mais atrai investimento direto estrangeiro, tem um setor exportador com perfil menos vulnerável à situação internacional, contrário do que se passa na Europa, nos Estados Unidos, na Rússia, no Japão, onde todos estão em recessão, o Brasil embora tenha reduzido, continua a ter crescimento econômico” afirmou.

“Há aqui oportunidades para poder trazer produtos portugueses, investimento português, e a Caixa Geral tem que estar onde estão seus clientes. Portanto, não podia deixar de estar no Brasil”.

Ministro foca a crise global Durante almoço em um hotel de São Paulo, o ministro português das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos manteve como tema a crise econômica. O panorama, disse, “não é satisfatório, muito aquém do que seria de se esperar de duas economias com laços fortes em outros domínios, como cultural, histórico e lingüístico”.

Fernando Teixeira disse que os fluxos comerciais e de investimentos entre Portugal, África e Brasil são “insatisfatórios” e o investimento direto estrangeiro (IDE) do Brasil representa apenas 1% recebido por Portugal, ao oposto, o IDE de Portugal representa 5% do total recebido pelo Brasil. "Esse problema não é só entre Portugal e o Brasil, olhando para os Palop temos uma fraca expressão nas nossas economias", disse.

“Temos que incentivar o aprofundamento dessas relações. Esse é um desafio para o setor privado, sendo certo que o setor financeiro tem que dar o apoio fundamental para contribuir para o aumento desses fluxos”, referiu defendendo que o Estado deve ser o "facilitador nesse domínio", com o apoio de linhas de crédito em momentos de maior incerteza, no esforço de apoio à internacionalização. E defendeu a diversificação das exportações portuguesas, com o aumento do número de bens e serviços, e da geografia de seus parceiros comerciais. Além da Europa, Brasil, África, Sudeste da Ásia e China, “serão áreas onde temos que apostar em ganhar presença”.

"Temos que ser capazes de resistir à crise sem cair nas tentações do protecionismo, mas reforçando a cooperação entre os países, do contrário, implodimos a economia internacional", afirmou.

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