Crescimento econômico mundial é o pior em 60 anos

Da Redação Com agencias

O FMI – Fundo Monetário Internacional alertou que o crescimento da economia mundial não deverá ultrapassar 0,5% em 2009, a taxa mais baixa desde a Segunda Guerra Mundial. Em 2008, o FMI tinha previsto um crescimento de 2,8% para este ano.

A informação é do relatório da agência, publicado na quarta-feira 28 de janeiro, em Washington. O estudo revela que, apesar das medidas de resposta tomadas por muitos países, os mercados financeiros permanecem sob forte pressão e que a economia global piorou de forma significativa nos últimos meses.

O FMI prevê uma paralização virtual da economia mundial, com graves consequências para o comércio. E propõe duas medidas para combater a crise: o reforço da cooperação internacional e a injeção de capital para apoiar instituições financeiras viáveis. O documento da agência indica ainda que a economia deve passar por uma recuperação gradual em 2010, com uma taxa de crescimento de 3%, divulgou a Rádio ONU em Nova York. "Porém, as perspectivas são muito incertas, e o momento e o ritmo de recuperação dependerão de maneira crucial da aplicação de medidas enérgicas" afirma o FMI.

Para o Brasil, o órgão também reduziu a previsão de crescimento, divulgando agora 1,8% do PIB (Produto Interno Bruto) do país contra os 3% anteriormente divulgados. Para 2010 a nova previsão é de alta de 3,5%. Já a América Latina deve crescer 1,1% em 2009, contra o crescimento anterior de 2,5%.

Ainda segundo a análise do FMI, os piores desempenhos para este ano estarão no Reino Unido (-2,8%), Japão (-2,6%) e Alemanha (-2,5%). A Zona Euro deve recuar 2%, e para 2010, é esperada praticamente uma estagnação (0,2%). Apenas deverá ser sentida uma recuperação em 2011 e Portugal deve passar por uma "longa e profunda" recessão.

230 milhões de desempregados Ainda, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançou, quarta dia 28 em Genebra, o relatório anual Tendências do Trabalho Global. Segundo o documento, a crise econômica mundial deve gerar um aumento significativo no número de desempregados, empregados pobres e pessoas com empregos vulneráveis.

O estudo indica que, em 2009, entre 18 milhões e 30 milhões de pessoas podem perder o emprego. E o número total de desempregados pode atingir até 230 milhões se a crise econômica persistir. Se isto acontecer, 200 milhões de trabalhadores, a maioria nos países em desenvolvimento, podem ser levados à pobreza extrema, dvulfou a Rádio das Nações Unidas.

O relatório afirma que o impacto da crise sobre os trabalhadores irá depender dos esforços dos governos. E sugere que a criação de empregos deve ser prioridade entre nos planos de recuperação econômica. Segundo a OIT, ações mais decisivas e coordenadas são necessárias para evitar uma recessão social global.

Situação Vulnerável Para Nuno Cunha, coordenador do programa de proteção social da OIT em Moçambique, o aumento dos níveis de desemprego será mais sentida nos países em desenvolvimento onde as populações já são extremamente vulneráveis.

"Estes números vem acentuar ainda mais aquilo que se espera seja um peso, uma conseqüência desta crise sobre aqueles que estão mais vulneráveis. Ou seja, aqueles que não tem emprego e aqueles que muitas vezes se encontram em franjas da população que sentem ainda de uma forma mais forte os efeitos da crise. Falamos dos idosos, falamos das crianças. No caso particular de Moçambique, por exemplo, mas também nos países da sub-região, temos também um outro fator a ter em conta: o factor do HIV/Sida.

Do impacto que tem ao nível demográfico e ao nível da estrutura familiar, criando uma situação de maior vulnerabilidade de pessoas que terão mais dificuldade em desenvolver atividades de geração de rendimentos ou em aceder a um emprego cada vez menos disponível", disse em entrevista à Rádio ONU.

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