Comissão europeia quer ações mais incisivas contra a crise da zona do euro

Mundo Lusíada
Com agencias

A Comissão Europeia reconheceu, em 6 de dezembro, a necessidade do Conselho Europeu dar respostas mais incisivas à crise da dívida dos países da zona euro, de modo a beneficiar os cidadãos europeus em vez de agradar as agências de risco internacionais.
“Temos que tomar decisões importantes não porque as agências de risco reclamam, mas porque é necessário para os cidadãos, não porque queremos agradar forças dos mercados, mas para dar uma resposta global à crise”, disse o porta-voz dos Assuntos Econômicos, Amadeu Altafaj Tardio.
No dia 5, a S&P considerou que os problemas financeiros na zona euro “aumentaram nas últimas semanas e que agora há uma pressão sobre o crédito em toda zona”, justificando a possibilidade de rebaixar a nota da dívida financeira de longo prazo de 15 países.
Muitos consideraram que essa decisão foi uma maneira de pressionar os líderes europeus para que tomem ações mais incisivas contra a crise financeira na reunião do Conselho Europeu que acontece na quinta (8) e sexta-feira (9) em Bruxelas.
Na manhã seguinte, em razão da agência de risco baixar a nota de 15 países da zona euro, as principais bolsas europeias seguiram em queda.

Alemanha e França defendem novo acordo do euro e punição
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, defenderam em 5 de dezembro um novo tratado para a zona do euro, que deve ser ratificado pelos 17 países que adotam a moeda única. Sarkozy e Merkel disseram que, se não for possível chegar a esse acordo aprovado por todos os 27 integrantes da União Europeia, ao menos os 17 que efetivamente adotam a moeda única devem apoiá-lo. A ideia é fechar o texto do acordo até março de 2012.
O novo tratado deve incluir medidas automáticas contra países que violarem regras destinadas a manter déficits governamentais sob controle. De acordo com analistas econômicos, o anúncio foi bem recebido nos mercados, que registraram, na abertura da semana, valorização do euro e de ações de empresas europeias.
Pela proposta da França e Alemanha, deve ser criada uma regra para que tribunais constitucionais possam verificar se os orçamentos nacionais vão no sentido da retomada do equilíbrio das contas públicas.
“O Tribunal de Justiça Europeu não poderá anular um orçamento nacional, mas deverá dizer se as regras de ouro nacionais correspondem a um verdadeiro compromisso com o equilíbrio orçamentário”, disse Merkel.
Sarkozy, por sua vez, disse que França e Alemanha querem que o Fundo Europeu de Ajuda Permanente, criado para ajudar a garantir a estabilidade fiscal dos países que adotam o euro, entre em vigor em 2012 e não em 2013, como previsto até agora. O líder francês também quer que as decisões do bloco sejam tomadas por maioria, em vez da atual regra da unanimidade.

Eurostat confirma agravamento da recessão em Portugal
O Eurostat, centro de estatísticas da União Europeia, confirmou no dia 6 de dezembro, o agravamento da crise econômica em Portugal e a estagnação no conjunto da Europa. A economia lusa está em queda pelo quarto trimestre consecutivo.
O PIB de Portugal registou uma diminuição pelo terceiro trimestre consecutivo. Entre julho e setembro teve a queda mais intensa desde o terceiro trimestre de 2009.
No terceiro trimestre do ano, o Produto Interno Bruto (PIB) português recuou 0,4%, comparando com o segundo trimestre, e recuou 1,7% face ao terceiro trimestre de 2010.
O Eurostat confirmou, por outro lado, um ligeiro crescimento em cadeia no terceiro trimestre de 0,2% na Zona Euro, idêntico ao segundo trimestre, e subida de 1,4% face ao terceiro trimestre de 2010.

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