Comissão de Mercado suspende negociação da EDP após consórcio chinês

Da Redação
Com Lusa

A CMVM suspendeu nesta sexta-feira a negociação das ações da EDP após o fecho de mercado, depois de ter sido noticiado que um consórcio chinês está a preparar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a elétrica.

Segundo o jornal Expresso, um consórcio chinês, que inclui a China Three Gorges, que detém 23,37% do capital da EDP, está a preparar o lançamento de uma OPA sobre a elétrica.

No seguimento desta notícia, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) suspendeu a negociação das ações da EDP e da EDP Renováveis “até à divulgação de informação sobre o emitente”, disse à agência Lusa fonte oficial do regulador.

A EDP encerrou o dia a ganhar 0,75% para 3,11 euros na bolsa de Lisboa e a EDP Renováveis valorizou-se 0,58% para 7,84 euros.

A notícia surge após a empresa liderada por António Mexia ter anunciado uma queda de 23% nos lucros, para 166 milhões de euros no primeiro trimestre de 2018, em relação ao período homólogo, penalizado por “alterações regulatórias adversas em Portugal”.

Surge também depois de nos últimos meses se ter especulado no mercado que a elétrica portuguesa poderia vir a fazer parte do movimento de consolidação no setor energético europeu, recorda o Expresso.

Em entrevista recente à agência Lusa, e questionado sobre a possibilidade de a China Three Gorges responder ao crescente interesse na EDP com um novo aumento de capital e eventual OPA, António Mexia recusou comentar “decisões acionistas”, referindo que “é bom que os acionistas queiram mais entrar do que sair”.

“Nunca comento decisões acionistas. A China Three Gorges é um parceiro importante. Tem suportado toda a estratégia [de crescimento]. Reforçou recentemente, e aproxima-se do limite, de 25%, que existem nos estatutos da EDP, e a única coisa que este reforço demonstra é o valor que atribui à companhia”, afirmou.

“É bom que os nossos acionistas queiram mais entrar do que sair. Aliás, as ações sobem quando há mais gente a querer entrar do que a querer sair”, concluiu.

Contactada hoje pela agência Lusa, fonte da EDP recusou comentar a notícia do jornal Expresso.

A República Popular da China detém, no total, 28,25% do capital da EDP (23,27% através da China Three Gorges e 4,98% através da CNIC).

Entrega

No final da arde, a SIC TV noticiou que a Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a EDP foi formalizada pelo consórcio chinês, de investidores, junto à CMVM em Lisboa.

A SIC Notícias captou em imagens a entrada da delegação chinesa.

Segundo a imprensa portuguesa, a operação não deverá sofrer entraves por parte do Governo, mas deverá ser considerada hostil pela administração da EDP.

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