CGD admite comprar Banco Português de Negócios

De acordo com Francisco Bandeira, há "manifestações de interesse" na aquisição do banco por parte de compradores internos e externos. Mas, adiantou, "há sempre uma terceira via".

Da Redação Portugal Digital

O banco estatal português Caixa Geral de Depósitos admite fazer proposta de compra do Banco Português de Negócios (BPN), recentemente nacionalizado em consequência de gestão alegadamente fraudulenta e irregular. Ambos os bancos estão presentes no mercado financeiro brasileiro. No Brasil, o BPN é participado do angolano Banco Africano de Investimento (BAI) em 20 %.

O atual presidente do BPN, Francisco Bandeira, vice-presidente da CGD, nomeado pelo governo para presidir ao BPN, esteve na terça-feira, 3 de fevereiro, na Assembléia da República, em Lisboa, para prestar esclarecimentos aos parlamentares sobre as razões que levaram à nacionalização da instituição bancária.

“Confirmo que a CGD esteve interessada em comprar o BPN” e se o Estado decidir vender admite fazer proposta de compra do banco, dependendo do preço, disse o presidente do BPN.

De acordo com Francisco Bandeira, há "manifestações de interesse" na aquisição do banco por parte de compradores internos e externos. Mas, adiantou, "há sempre uma terceira via que é trilhar um caminho a sós", um banco para um determinado nicho, disse.

O presidente do BPN considerou, no entanto, que "manter o BPN como banco universal, só se for para aguardar para num melhor ciclo para fazer a venda".

A situação do BPN, ainda de acordo com Bandeira, citado pela imprensa portuguesa, não possibilita qualquer indenização aos acionistas pois os passivos são superiores aos ativos.

O valor global das imparidades do banco estão entre 1,7 e 1,8 milhões de euros e as perdas estão repartidas por três áreas, designadamente crédito, Banco Insular e imobiliário. Entre 900 a 950 milhões das imparidades têm origem no banco BPN, nos créditos; cerca de 500 milhões de euros têm origem no Banco Insular, incluído balcão virtual; e cerca de 200 milhões de euros são relativo a perdas em imóveis. O crédito malparado (inadimplência) do banco “é superior a dois dígitos”, disse Francisco Bandeira aos parlamentares.

Durante a sua exposição na Assembleia da Republica, o atual presidente do BPN esclareceu que a a estrutura de custos do banco é “completamente inadequada ao negócio”. Há “negócio a menos”, afirmou.

E justificou a nacionalização: "Não era só o problema dos depósitos, mas também o problema das responsabilidades do banco perante outras instituições financeiras, nacionais e internacionais, sobretudo espanholas" e perante fornecedores.

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