Da Redação
Com Lusa
As inscrições de desempregados nos centros de emprego em Portugal subiram, em média, mais de 50% por dia, entre 01 e 13 de abril face a março, para 3.518, segundo dados oficiais.
Os centros de emprego do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) registaram uma média diária de 3.518 inscrições de desempregados nos primeiros 13 dias de abril, contra 2.338 em todo o mês de março, de acordo com dados do Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
Já as ofertas de emprego recebidas pelo IEFP caíram de uma média de 334 por dia, em março, para 102 nas primeiras semanas de abril, correspondendo a uma descida de quase 70%.
O número de desempregados inscritos totalizou 353.119 nos primeiros 13 dias de abril, um aumento de 10% face a março, dados já avançados na quarta-feira no parlamento pela ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho.
O aumento de 10% do número de desempregados inscritos registrado nas primeiras semanas de abril é o maior desde pelo menos 2003, último ano em que há dados disponíveis no IEFP.
Apesar de se verificar atualmente o maior aumento percentual de sempre em cadeia, o número total de desempregados inscritos está longe do registrado pelo IEFP nos tempos da anterior crise, tendo atingido o pico no início de 2013, com 740 mil pessoas.
Segundo a ministra do Trabalho, o aumento das pessoas inscritas no IEFP em abril “mostra que o mecanismo de ‘lay-off’ simplificado está a conseguir absorver uma grande parte da manutenção dos postos de trabalho” e a servir de “amortecedor”.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a taxa de desemprego em Portugal atinja 13,9% em 2020 devido à crise provocada pela pandemia covid-19.
Lay-off
O ministro de Estado e das Finanças, Mário Centeno, afirmou no parlamento que o mecanismo de ‘lay-off’ simplificado do Governo adotado face à pandemia já chegou a um milhão e 18 mil trabalhadores.
Falando sobre a rede de proteção social e do emprego do Estado, Mário Centeno referiu, na sua intervenção inicial na audição na Comissão de Orçamento e Finanças, que o regime de ‘lay-off’ “já protegeu mais de um milhão de empregos em Portugal”.
Mais tarde, Mário Centeno detalhou que esta manhã os números apontavam para um milhão e 18 mil trabalhadores em ‘lay-off’.
Em resposta ao deputado do PSD Duarte Pacheco, o ministro das Finanças referiu que para cada milhão e meio de trabalhadores em ‘lay-off’, o Estado gastará mil milhões de euros.
Mário Centeno disse ainda que no primeiro mês de reinício de atividade há um apoio extraordinário às empresas.
“Esse esforço, que é idêntico neste momento a um salário mínimo por trabalhador, tem um impacto financeiro, que é ‘one-off’, no momento da reabertura, que é também muito significativo e dependerá do número de trabalhadores que ao longo deste tempo entrem em ‘lay-off'”, referiu o ministro.
Na quarta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, já tinha dito que as empresas que tinham recorrido ao ‘lay-off’ contavam com cerca de um milhão de trabalhadores.