CDS insiste em “recorde da carga fiscal” e Costa diz que presidente do partido é “caso difícil”

Da Redação
Com Lusa

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, defendeu no Parlamento português que o ministro das Finanças superou a sua marca, com um “recorde da carga fiscal”, ao que primeiro-ministro contrapôs com gráficos, concluindo que a líder centrista “é um caso difícil”.

“O senhor ministro das Finanças bateu o recorde da carga fiscal e depois superou-se, ano após ano, foi batendo, sucessivamente, o seu recorde pessoal, a sua marca”, defendeu Assunção Cristas, abrindo a sua interpelação ao primeiro-ministro, António Costa, no debate quinzenal, com os números divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com o INE, a carga fiscal aumentou 6,5% em 2018 face ao ano anterior, representando 35,4% do Produto Interno Bruto (PIB) e atingindo o valor mais alto desde 1995, o início da série.

“Em 2018 batemos em absoluto o recorde da carga fiscal”, sublinhou Assunção Cristas.

O primeiro-ministro estava munido de um gráfico com as cores do CDS-PP, azul e amarelo, que usou para ilustrar que em causa está o dinamismo da economia, o aumento do emprego e das remunerações.

“No vosso tempo, graças à desaceleração e à recessão econômica, a economia contribuiu negativamente em 0,26% do PIB. Em contrapartida, o forte crescimento econômico, e, em particular o forte crescimento do emprego e do aumento das remunerações, fez com que carga fiscal agora suba em 0,9% do PIB, graças ao funcionamento da economia”, afirmou.

Como Assunção Cristas insistisse que o crescimento da carga fiscal era superior ao que o crescimento da economia poderia justificar, António Costa concluiu que a presidente do CDS-PP “é um caso difícil” porque está informada e “insiste em distorcer a verdade”.

“Lamento que não consiga explicar o inexplicável, que a carga fiscal cresce acima do crescimento”, disse a presidente do CDS.

Cristas insistiu, na sua exposição inicial, que os dados divulgados hoje pelo INE são a manifestação da realidade que volta a desmentir o Orçamento do Estado, “que previu sempre melhores números sem relação a carga fiscal, que deveria ser, ano após ano, mais baixa, mas a realidade acabou sempre por revelar um aumento dessa carga fiscal”.

“Por isso, não há nenhum milagre na governação socialista, há sim uma carga fiscal máxima a que se associa um investimento público mínimo e serviços públicos mínimos, de que alguns exemplos foram aqui trazidos, nomeadamente a dificuldade em dar resposta aos pensionistas que pediram a sua pensão, ou em tantos outros domínios”, sustentou.

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