Capitalização da CGD eleva déficit português para 2º maior da UE

Da Redação
Com Lusa

Portugal teve, em 2017, o segundo maior déficit orçamental da União Europeia (UE), de 3% do PIB, devido ao impacto da capitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), segundo dados do Eurostat.

Segundo o gabinete de estatísticas da UE, apenas Espanha (3,1%) teve um déficit superior ao de Portugal, apresentando ambos valores acima do limite de 3% do Produto Interno Bruto (PIB).

Na zona euro, o saldo orçamental negativo recuou, em 2017, para 0,9% (1,5% no ano anterior) e na UE baixou para os 1,0% do PIB, face aos 1,6% homólogos.

No ano passado, 12 Estados-membros apresentaram excedentes orçamentais: Malta (3,9% do PIB), República Checa (1,6%), Luxemburgo (1,5%), Suécia e Alemanha (1,3% cada), Holanda (1,1%), Bulgária (0,9%), Grécia e Croácia (0,8% cada) e a Lituânia (0,5%).

Na Eslovênia, registrou-se um saldo orçamental equilibrado. Os déficits orçamentais mais baixos foram na Irlanda, Estônia (0,3% cada), Letônia (0,5%) e Finlândia (0,6%).

Em Portugal, o déficit orçamental de 2017 ficou nos 3% do PIB, incluindo a recapitalização da CGD, mas teria sido de 0,9% sem esta operação.

Segundo a primeira notificação de 2018, remetida, em 26 de março, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) ao Eurostat, o déficit das Administrações Públicas atingiu 5.709,4 milhões de euros, o que correspondeu a 3% do PIB, acima do saldo negativo de 2% registrado em 2016.

“Este resultado inclui o impacto da operação de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), no montante de 3.944 milhões de euros, que determinou um agravamento da necessidade de financiamento das Administrações Públicas em 2% do PIB”, afirmou, então, o INE.

Dívida

Portugal mantém a terceira maior dívida pública da União Europeia (UE), apesar de esta ter baixado, em 2017, para os 125,7% do PIB, face ao ano anterior.

De acordo com a primeira notificação para 2017, a dívida pública da zona euro recuou para os 86,7% do Produto Interno Bruto (PIB), face aos 89,0% homólogos, e a da UE baixou para os 81,9% (contra 83,3%), sendo a terceira quebra homóloga consecutiva em ambas as zonas.

Segundo o gabinete de estatísticas da UE, 15 Estados-membros apresentaram uma dívida pública superior aos 60%, tendo as mais elevadas sido registadas na Grécia (178,6% do PIB), em Itália (131,8%), em Portugal (125,7% – um recuo face aos 129,9% de 2016), na Bélgica (103,1%) e em Espanha (96,3%).

Os menores rácios da dívida em função do PIB foram observados na Estônia (9,0%), no Luxemburgo (23,0%), na Bulgária (25,4%), na República Checa (34,6%), na Romênia (35,0%) e na Dinamarca (36,4%).

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: