Da Redação
Com Lusa
Brasil e China assinaram, no Rio de Janeiro, uma série de acordos que preveem estimular as relações comerciais bilaterais, além de ampliar os investimentos em tecnologia, cultura e agricultura, segundo o Governo brasileiro.
O principal acordo estabelece um Plano Decenal de Cooperação, com ações previstas para o período de dez anos de 2012 a 2021, além de alçar os dois membros dos BRICS (grupo de países emergentes, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) ao estatuto de “parceiros estratégicos globais”.
“O Brasil já tem excelente relação comercial com a China, nosso principal parceiro, responsável por 17% do nosso comércio. Como parceiro estratégico, a relação vai continuar expandindo, com investimentos recíprocos e diversificação da pauta comercial”, afirmou o ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega.
O anúncio foi feito em conferência de imprensa convocada no Riocentro, onde se realiza a Conferência da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável Rio+20.
Os acordos foram assinados durante um encontro bilateral entre a presidente brasileira, Dilma Rousseff, e o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao.
No encontro, foi assinado ainda um protocolo de intenções para a criação de um fundo de “swap” (operações que possibilitam a troca de créditos recíprocos, em moeda local), no valor de 30 mil milhões de dólares (cerca de 24 mil mlhões de euros).
“Essa medida – que reforça a situação financeira de ambos os países – leva em consideração que os países avançados continuam em crise e que a economia mundial vai continuar com problemas nos próximos tempos”, declarou Mantega.
No mesmo encontro, o Brasil convidou formalmente a China a participar em projetos automobilísticos brasileiros e no setor de petróleo e do gás, um dos de maior expansão no país.
Foram assinados ainda protocolos para o lançamento dos Satélites Sino-Brasileiros de Recursos Terrestres CBERS-03, em 2012, e CBERS-04, em 2014, além de um incremento nas bolsas de estudos oferecidas pelo governo chinês aos estudantes brasileiros, no âmbito do programa Ciência sem Fronteiras.
Ainda na esfera educacional, foi anunciada a decisão do Governo chinês de abrir um Centro Cultural da China no Brasil, e um do Brasil, na China, para difusão das respetivas culturas e idiomas nacionais.
A China ultrapassou os Estados Unidos como principal parceiro comercial do Brasil em 2009. Desde então, o governo brasileiro tem se preocupado em tentar diversificar as exportações para o gigante asiático, que adquire do Brasil principalmente mercadorias (“commodities”) agrícolas e minério.
Entre os protocolos assinados há ainda um acordo para o estímulo da compra de aviões brasileiros por parte do governo Chinês.