Bovespa tem pior queda desde 11 de Setembro

Mundo LusíadaCom Portugal Digital

A quebra do banco norte-americano Lehman Brothers surpreendeu analistas e investidores e arrastou as Bolsas de Valores pelo mundo. Ainda, as bolsas dominadas pelo pessimismo quanto à sobrevivência da American International Group (AIG), maior seguradora do país, deram sinais contraditórios quanto sua salvação, para o desespero de grandes bancos e clientes, mais de 74 milhões em todo o mundo, que a empresa tentou acalmar.

O principal índice da Bolsa paulista, o Ibovespa, registrou queda de 7,59%. O tombo é comparado apenas ao 11 de setembro de 2001. A Bolsa de São Paulo foi afetada ainda pela queda nos preços de matérias-primas. As ações da Petrobras e da Vale, as mais negociadas e com maior influência no comportamento do Ibovespa, caíram 9,69% e 9,86% respectivamente. A queda nas ações da duas empresas foi motivada, principalmente, pelo declínio no preço do petróleo no mercado internacional.

Já os papéis do setor bancário, influenciados pelo nervosismo internacional em torno dos mais recentes efeitos da crise imobiliária norte-americana, foram destaque nas desvalorizações e vendas dessa segunda: os do Bradesco caíram 7,17%; os do Bradespar, 8,5%; os do Banco do Brasil, 9%; e do Itaú, 6,54%.

A derrocada das Bolsas mundiais começou logo pela manhã, com os mercados asiáticos. A Bolsa indiana despencou 5,4%, enquanto Taiwan perdeu 4,1%. Depois, o nervosismo contagiou os mercados europeus e americanos. Em Londres, a Bolsa caiu 3,92%, enquanto o mercado francês retraiu 3,78%, Frankfurt registrou perda de 2,74% e Lisboa, 2,4%. Nos EUA, o influente Dow Jones retrocedeu 4,42% e o Nasdaq teve baixa de 3,59%.

No BrasilSegundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o agravamento da crise financeira nos Estados Unidos não vai interromper o ciclo de crescimento do Brasil. É normal que o mercado esteja nervoso, nos próximos dias, mas a tensão não deve comprometer a economia brasileira, de acordo com ele. Mantega, no entanto, disse considerar a atual crise americana “bastante séria” e não há como prever o quanto ainda vai durar.

Quem também pretende fazer o mesmo monitoramento é o presidente do Banco Central. De acordo com Henrique Meirelles, o mercado internacional tem apresentado intensa volatilidade em razão de uma preocupação de risco sistêmico nos EUA, mas que as autoridades americanas têm atuado de maneira decidida. “O Banco Central do Brasil está em contato permanente com seus pares de outros países e monitorando tudo com muita atenção”, ressaltou Meirelles. “Não existe descolamento completo de nenhuma economia. Crise internacional não é bom para ninguém”, ponderou. Para Henrique Meirelles, o que existe hoje é um aumento da resistência brasileira à crise.

Questionado sobre a crise, o presidente Lula da Silva afirmou que os jornalistas deviam "perguntar ao [George] Bush", e sobre os reflexos, limitou a dizer que, "até agora" não atingiu o Brasil.

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