Bancos do mundo inteiro revelam exposição à fraude Madoff

Segunda-feira | 15 DEZ 08

Mundo Lusíada

Com Lusa

Os principais grupos financeiros do mundo inteiro revelaram as perdas potenciais decorrentes da exposição a fundos de Bernard L. Madoff, investidor de Wall Street, admitindo terem sido apanhados na alegada fraude. Bancos britânicos, franceses, japoneses e espanhóis indicaram, numa sucessão de comunicados, que investimentos totalizando milhares de milhões de dólares poderão ter sido varridos dos seus balanços, num escândalo que pode afetar algumas das pessoas mais ricas do mundo.

Madoff, um veterano de Wall Sreet de 70 anos, foi detido em 11 de dezembro. Segundo os investigadores norte-americanos, confessou uma fraude de 50 bilhões de dólares num esquema que durava há anos e que entrou em ruptura, na seqüência da crise financeira global, quando os clientes começaram a pedir de volta o dinheiro investido. Em todo o mundo, os bancos apressaram-se a revelar as perdas potenciais decorrentes do escândalo.

Na Suíça, os bancos privados de Genebra poderão perder 3,7 bilhões de euros, e o Royal Bank of Scotland informou que pode perder cerca de 444 milhões de euros. Na França, o banco de investimento Natixis, que já registrara perdas ligadas à crise do crédito de risco, avaliou a sua exposição a um máximo de 450 milhões de euros. Na Itália, o maior banco – Unicredit – está exposto em cerca de 75 milhões de euros. O gigante financeiro nipônico Nomura disse que poderá perder até 303 milhões de dólares e as autoridades financeiras da Coréia do Sul cifraram em 95 milhões de dólares a exposição total ao colapso.

As autoridades norte-americanas alegam que Madoff assegurava fortes retornos aos clientes, utilizando o investimento dos novos investidores para pagar a outros investidores, uma versão da chamada “fraude piramidal”. Esta fraude é também conhecida como “o esquema de Ponzi”, o nome de um imigrante italiano, Charles Ponzi, que em 1920 enganou milhares de pequenos investidores atraindo as suas poupanças com promessas de retornos de 40% em cupões fiscais, num rombo que atingiu os 122 milhões de dólares.

Madoff tinha até dia 17 deste mês para pagar uma fiança de US$ 10 milhões, o investidor foi solto na semana anterior mediante a apresentação de uma promissória no mesmo valor. A principal garantia de Madoff, segundo as autoridades americanas, é seu apartamento avaliado em 7 milhões de dólares.

Sem exposição em Portugal Os bancos Millennium bcp, BPI, Banif e Banco Popular Portugal não têm exposição direta ou indireta aos fundos. Contatados pela Agencia Lusa, todos declararam não ter qualquer exposição aos fundos da sociedade Bernard L. Madoff Investment Securities.

Fonte do BCP afirmou que “nem o banco nem os fundos por ele geridos têm qualquer exposição”. O Banif – Banco Internacional do Funchal disse também que “não tem, nem direta nem indiretamente, qualquer exposição aos instrumentos financeiros” geridos pela sociedade. E esclareceu ainda que o nome Banif “tem sido confundido com o de uma outra instituição com sede em Espanha com o mesmo nome, pelo que é importante esclarecer esta diferenciação”.

O grupo espanhol Santander, que tem um banco de investimento com o nome Banif, já comunicou ao mercado que tem, diretamente e por conta de clientes, exposição aos instrumentos financeiros em questão. Em Portugal, através do Santander Totta, a exposição de clientes é de 16 milhões de euros, mas no total a exposição do Grupo espanhol tem 2,347 bilhões de euros.

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