Apex Brasil continua interessada em Portugal

A agência brasileira fechou o centro de distribuição em Lisboa, mas segundo Gilberto Lima as empresas brasileiras continuarão a ter o apoio da Apex.

Por Hélia Ventura Portugal Digital

A Apex Brasil – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, que fechou seu centro de distribuição em Portugal, continua interessada em apoiar as empresas brasileiras que queiram exportar para o mercado português. O coordenador de Mercados Regionais da Agência, Gilberto Lima, disse ao Portugal Digital que a Apex continuará a disponibilizar ferramentas e apoios no mercado luso.

O coordenador também esclareceu as razões que levaram a Apex a fechar o Centro de Distribuição (CD) que mantinha em Portugal. Segundo ele, durante dois anos a agência manteve bases no exterior organizadas na forma de CD, cuja finalidade principal era o apoio às operações de logística internacional das empresas brasileiras.

"Em consulta a mais de 60 setores produtivos apoiados pela Agência, obteve-se confirmação de que a necessidade de apoio das empresas concentra-se mais em inteligência comercial, ações de relacionamento, promoção de imagem, identificação de parcerias e outras mais afeitas à geração de negócios. Assim, reformulamos os CD que passaram a ser denominados Centros de Negócios (CN). Com os CN, a agência priorizou a abertura de escritórios onde mantém executivos dedicados à articulação comercial, inteligência competitiva, atração de investimentos e posicionamento de imagem nos países em que atuam", informou.

Gilberto Lima também informou que a Apex está reformulando sua estrutura em Varsóvia, que passará a funcionar no modelo de CN a partir de abril deste ano. "Os CN serão unidades da Apex-Brasil no exterior para promover a internacionalização das empresas brasileiras, auxiliando desde a prospecção de mercado até a distribuição de seus produtos. Em outros países como Portugal, a presença brasileira será diretamente representada pelos setores que tenham interesse em manter escritórios, show-room ou mesmo centros de distribuição e estes contarão com apoio financeiro extra da agência, por entendermos a importância histórica da relação bilateral".

Brasil – Portugal: língua como facilitador de negócios Em relação ao comércio Brasil-Portugal, Gilberto Lima afirma que Portugal segue como um importante parceiro comercial do Brasil. "Além das similaridades culturais, você tem a língua como um facilitador de negócios. Somente no ano passado, o Brasil exportou para Portugal US$ 1,7 bilhão. Há dez anos, em 1998, os portugueses compravam apenas US$ 439 milhões de produtos brasileiros. Para se ter uma idéia, a corrente de comércio (a soma das exportações com as importações) entre os dois países atingiu US$ 2,3 bilhões no ano passado. Isso mostra o dinamismo e o interesse do empresário brasileiro em investir no mercado português. No momento 17 projetos setoriais apoiados pela Apex, apontam Portugal como mercado prioritário, envolvendo investimentos de aproximadamente 65 milhões de euros por parte das empresas e da agência", disse.

Segundo o coordenador, não há ocorrência de obstáculos a serem vencidos para a colocação dos produtos brasileiros no mercado internacional. "Não acredito que existam entraves. O que acontece é que o empresário brasileiro busca adequar seu produto a determinados mercados. Exportar para Europa pode ser um pouco mais caro do que para outros lugares. No entanto, o valor recebido pelo exportador é bem maior", disse.

Dentro do objetivo principal da agência, desde sua criação, em 1998, a Apex-Brasil vem se empenhando para promover os produtos e serviços brasileiros no mercado internacional, além de estimular o investimento estrangeiro no país, afirma o coordenador, acrescentando: "Para isso, a instituição conta com a parceria de entidades privadas que, juntas, apóiam 4.700 empresas, em mais de 60 setores, engajadas em 761 iniciativas em mais de 60 países".

Nesse sentido, ele disse que no ano passado foram definidos 23 mercados prioritários (Argentina, Chile, Colômbia, Cuba, Panamá, Peru, Venezuela, Canadá, Estados Unidos, México, África do Sul, Angola, Egito, Emirados Árabes, Noruega, Polônia, Rússia, Turquia, China, Cingapura, Coréia do Sul, Índia e Vietnã) para serem trabalhados mais arduamente.

"Isto não quer dizer que não atuaremos em outros países. Vamos apenas focar nossas ações nesses 23 mercados, selecionados depois de estudos que levaram em considerações vários aspectos econômicos e sociais, além das necessidades das instituições empresariais apoiadas pela Apex-Brasil. São previstos centros de negócios em alguns destes países-alvo", acrescentou.

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