Angela Merkel defende economia africana forte para superação de desafios globais

Da Redação
Com Lusa

A chanceler alemã, Angela Merkel, sublinhou em Berlim a importância do investimento em África e a ajuda ao fortalecimento da economia do continente, considerando-as essenciais para a superação dos desafios que a economia mundial enfrenta.

Merkel, que falava na inauguração da conferência “Compact with Africa”, uma iniciativa promovida pela Alemanha no quadro da sua presidência do G20, afirmou que os países participantes no fórum coincidem na ideia de que, para além da ajuda ao desenvolvimento, é necessário que “seja alcançada a transição para uma expansão econômica sustentável” em África, segundo a agência Efe.

A governante alemã recordou que foi esse o propósito do lançamento da iniciativa “Compact with Africa”, que tem como primeiro objetivo a promoção dos investimentos privados dos países ricos industrializados nos 12 países africanos participantes.

Angela Merkel elogiou a agenda “ambiciosa” assumida pelos estados africanos e, nesse contexto, destacou o acordo alcançado na cimeira da União Africana, em julho, no Níger, que deu o “pontapé de saída” à criação de uma zona de livre comércio no continente.

“Estamos de acordo que África, com mais de 50 Estados e uma população em crescimento, sobretudo jovem, terá um papel importante na resolução dos conflitos globais” relacionados com a manutenção da paz, proteção do ambiente, desenvolvimento econômico, migração e “outros grandes temas do nosso tempo”, disse.

O investimento em África continuará a ser “uma decisão do setor privado”, mas “podemos ajudar, criar confiança”, afirmou a chefe do executivo alemão, congratulando-se com as medidas de vários Estados africanos no sentido de melhorarem a governança e transparência, condições importantes para a atração de mais investidores.

Em contrapartida, subsistem ainda por resolver problemas nos países participantes na iniciativa — aberta a todos os Estados africanos, mas à qual aderiram até agora Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Egito, Etiópia, Gana, Guiné Equatorial, Marrocos, Ruanda, Senegal, Togo e Tunísia -, no domínio do crescimento demográfico e segurança, nomeadamente na região do Sahel, onde os desafios causados pelo terrorismo “são graves”, apontou.

O chefe de Estado egípcio, Abdelfatah al Sisi, atual presidente da União Africana, sublinhou, pelo seu lado, que os investimentos são um “fator de estabilidade” no continente, que tem “um grande potencial, uma vontade política muito forte e uma visão clara” no que respeita a cooperação entre os seus Estados e o fortalecimento do mercado interno africano.

Abdelfatah al Sisi chamou ainda a atenção para a “situação global particular” e para os “grandes desafios” provocados pelas tensões na economia mundial, sublinhando que é África o continente que mais sofre com este “desenvolvimento negativo”.

“Se considerarmos ainda outros desafios como a pobreza e o clima, temos que apelar ao mundo para apoiar África”, afirmou.

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