América Latina precisa de uma Europa economicamente forte, diz Passos e defende nova fase no bloco

Economias europeias começam nova fase com “sinais encorajadores” diz Passos. “A América Latina precisa de uma Europa economicamente forte e é nessa ótica que desejamos intensificar a nossa interdependência”.

Presidente português e Primeiro-Ministro fizeram intervenções na Primeira Sessão Plenária da Cimeira Ibero-Americana
Presidente português e Primeiro-Ministro fizeram intervenções na Primeira Sessão Plenária da Cimeira Ibero-Americana.

Da Redação

“As economias da União Europeia, após um longo período recessivo, começam agora a dar sinais encorajadores”, afirmou o Primeiro-Ministro no seu discurso na XXIII Cimeira Ibero-Americana, na Cidade do Panamá.

Pedro Passos Coelho acrescentou que “está a começar uma nova fase na Europa, em que a recuperação econômica dá sinais positivos”, referindo que “a produção industrial tem aumentado. A confiança dos mercados está a regressar. As bolsas têm apresentado bons resultados. As perspectivas de negócio têm vindo a melhorar de forma consistente e a confiança dos consumidores tem subido acentuadamente”.

Em Portugal, “a balança de transações correntes, estruturalmente negativa, deverá agora ser globalmente equilibrada, o ritmo da contração tem vindo a reduzir-se e, apesar da progressiva redução do déficit público que prosseguirá no próximo ano, prevê-se que em 2014 o País regresse ao crescimento, com uma economia mais competitiva”, declarou Passos.

Segundo ele, durante o ciclo de abrandamento econômico “de que a Europa padeceu, olhámos para aqueles países cujas economias revelavam maior dinamismo e capacidade para contrariar os efeitos recessivos sentidos daquele lado do Atlântico”, e citou o caso da América Latina, defendendo que estas ligações devem ser fortalecidas, como parceiros dinâmicos. “A América Latina precisa de uma Europa economicamente forte e é nessa ótica que desejamos intensificar a nossa interdependência”.

O Primeiro-Ministro afirmou também que a comunidade ibero-americana “tem de estar virada e aberta ao Mundo, e ser um exemplo de economias modernas e sociedades abertas, que rejeitam a discriminação econômica e o protecionismo em razão da geografia”.

No final da cimeira – na qual esteve também presente o Presidente da República, Cavaco Silva -, o Primeiro-Ministro realçou a importância da reforma institucional que estará concluída durante a presidência que agora foi assumida pelo México, declarando o apoio de Portugal à “racionalização e maior articulação entre as diversas plataformas econômicas e políticas ao nível da América Latina com a Comunidade Ibero-Americana”.

“É muito importante realmente que a proliferação de plataformas ao nível da América Latina não crie uma dispersão muito grande, não apenas implicando desperdício de recursos mas também uma certa dispersão política e pessoal dos atores, que estão sempre envolvidos nestas conferências”, referindo-se à decisão de reforçar a articulação entre a Conferência Ibero-Americana, a União Europeia e outras organizações regionais, particularmente organizações da América Latina, o que fará com que a partir de 2014, as cimeiras ocorram bianualmente, realizando-se encontros regulares entre os Ministros dos Negócios Estrangeiros.

Presidente
O presidente Cavaco Silva, em seu discurso, citou que a Europa, apesar dos recentes sinais positivos, precisa trilhar no caminho da “correção dos desequilíbrios financeiros”, recuperando uma trajetória de crescimento sustentado e dando prioridade às medidas de criação de emprego.

Pelo seu lado, citou que a América latina continua a apresentar taxas significativas de crescimento econômico. Apesar de uma certa moderação no seu ritmo, as previsões apontam para uma taxa média de crescimento de 3% em 2013, que será reforçada em 2014.

“Este dinamismo econômico, associado, em geral, a um ambiente de estabilidade política, de segurança, de previsibilidade jurídica e de estímulo ao investimento privado, constitui um sinal de esperança e representa também para a Europa um potencial para oportunidades de negócio com benefícios mútuos. Juntos, os países que compõem a comunidade ibero-americana representam cerca de 11% do produto mundial. Fica assim claro que somos uma comunidade cultural e geográfica com um peso econômico não despiciendo” disse o presidente, colocando o relacionamento entre os países da Comunidade Ibero-americana como prioridade.

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