AICEP angariou €1,7 bilhões de investimentos em 2015

Da Redação
Com Lusa

AICEPMiguelFrasquilhoO presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Miguel Frasquilho, declarou em entrevista à Lusa, que a entidade angariou investimentos de cerca de 1,7 bilhões de euros no ano passado.

“No investimento que foi por nós angariado, que entrou diretamente pela AICEP e cujas candidaturas foram consideradas elegíveis, posso dizer que tivemos um ano de pico, muito próximo do melhor desde que a AICEP foi criada, em 2007”, afirma Miguel Frasquilho relativamente a 2015.

“Tivemos mais de 100 projetos angariados”, acrescenta o presidente da AICEP.

“Com este nível de investimento de cerca de 1,7 mil milhões de euros angariado através da AICEP foi possível criar mais de 5000 novos postos de trabalho e manter cerca de 30.000 postos de trabalho. Portanto, são números muito positivos que mostram que Portugal, de facto, está hoje no radar dos investidores como não estava há cinco/seis anos atrás”, salienta.

Este investimento resulta de candidaturas que foram consideradas elegíveis e está agora a ser concretizado em vários setores de atividade.

Miguel Frasquilho faz ainda um balanço “positivo” da atividade da entidade a que preside e recordou que assumiu funções na AICEP em abril de 2014, ano em que também apresentou um plano estratégico para a agência, o qual será cumprido até final do mandato da atual administração, no final deste ano.

Do plano estratégico traçado, mais de metade já está implementado, sendo que o mesmo é flexível e adapta-se a novas realidades, refere.

Por exemplo, “quando apresentamos o plano estratégico, em novembro de 2014, ainda não era conhecido que iriam existir os acordos que os Estados Unidos estabeleceriam quer com Cuba, quer com o Irão, e que permitiriam uma alteração forte de circunstâncias, favoráveis a estes dois países, que deixam antever possibilidades muito boas quer em termos comerciais, quer em termos de investimento”, diz o presidente da AICEP.

“Portanto, nós que não tínhamos previsto estar presentes nem em Cuba nem no Irão, adaptamos o nosso plano estratégico para que assim acontecesse” e “já temos um recurso júnior em Cuba e tencionamos ainda durante o primeiro semestre deste ano abrir uma delegação em Teerão”, acrescenta.

“Além disso, já cobrimos nesta altura todos os países da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa], que era também um dos objetivos que tínhamos”, afirmou, adiantando que o delegado da AICEP em São Tomé e Príncipe está a cobrir a Guiné Equatorial”.

CPLP
Miguel Frasquilho salienta ainda o reforço da presença da AICEP nos Estados Unidos, com a abertura de uma delegação em São Francisco, um polo tecnológico mundial, salientando a sua importância em vésperas do evento Web Summit, conferência mundial que Lisboa vai organizar.

Relativamente à rede de FDA Scouts (especialistas em captação de investimento direto estrangeiro), que está prevista no plano estratégico, Miguel Frasquilho adianta que a AICEP espera ter América do Norte, Europa ocidental e Ásia com profissionais no terreno até final de abril ou maio.

O presidente da AICEP destaca que toda a atividade que a agência tem vindo a desenvolver, quer em termos internos, quer em termos internacionais, onde a administração da entidade contacta os empresários portugueses, deixa “um grau de satisfação do dever cumprido”.

“Isto é corroborado pelos números que nós temos estado a receber no que toca à evolução das exportações e à evolução do investimento”, diz.

“Em 2015, tivemos o melhor ano de sempre em termos de valor das exportações. Atingimos, pela primeira vez, mais de 70 mil milhões de euros, aliás, mais de 72 mil milhões de euros”, afirma, salientando que “é um resultado muito positivo”, já que as vendas ao exterior “atingiram 40,3% do produto interno bruto [PIB]”.

“Pela primeira vez atingiu-se mais de 40% do PIB, é um marco importante, em pouco mais de cinco anos subimos mais de 10 pontos percentuais do produto”, diz.

“Mas ainda não estamos satisfeitos. Porquê? Porque se compararmos a prestação de Portugal” relativamente a países como a Holanda, Bélgica, Áustria ou Eslováquia, “em todos eles as exportações valem mais de 50% do produto [PIB], no mínimo”.

Questionado sobre quando é que acha que as exportações portuguesas poderão chegar a metade do PIB, Frasquilho diz que “seria desejável que isso acontecesse o mais rapidamente possível”.

“Se este dinamismo for mantido, será possível até 2020/2021 atingirmos os tais 50% do produto em matéria de exportações”, acrescenta.

“Devemos sempre querer mais porque isso é sinônimo de que temos uma situação mais sustentável para melhor enfrentarmos crises e momentos menos bons da atividade econômica”, conclui.

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