“Se nada for feito, em breve estaremos todos emigrados”, diz Ministro da Economia

Mundo Lusíada
Com agencias

O ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, durante a sua intervenção na Comissão de Economia e Obras Públicas, na Assembleia da República, em Lisboa, 2 de agosto de 2011. Foto: MARIO CRUZ / LUSA

Em 02 de agosto, o ministro português da Economia afirmou que “se nada for feito, em breve estaremos todos emigrados”.

Durante a audição na Comissão de Economia e Obras Públicas da Assembleia da República, Álvaro Santos Pereira não poupou críticas ao “despesismo” do anterior Governo e reiterou a aposta do atual Executivo de cumprir as metas estabelecidas pela ‘troika’, indo além na redução do déficit da República. “Não temos medo de nos comprometer com metas porque falhar não é opção e não entra no vocabulário deste Governo”, declarou.

Para ele, Portugal deverá ter a ambição de exportar cerca de 50% do PIB daqui a cinco anos, “chegando aos 70 ou 80% daqui a 20 anos”, afirmou o ministro.

O governante ainda citou a tarifa social de eletricidade que deverá beneficiar cerca de 700 mil famílias de baixo rendimento. “Está prevista uma tarifa social para pessoas de menores rendimentos e esperamos que a tarifa social de eletricidade abranja 700 mil famílias e que a tarifa social de gás abranja 150 mil famílias”, declarou aos deputados.

Segundo ele, ainda no âmbito das medidas destinadas “a famílias de menor rendimento”, o Governo pretende alargar esta tarifa social também “ao nível dos preços de combustíveis”.

O Governo pretende lançar dentro de alguns meses um programa destinado aos reformados europeus denominado “Reforma ao Sol”. “Teremos um programa de atração de reformados abastados do Norte da Europa para vir apanhar sol”. Segundo explicou, “a ideia é que tragam as suas poupanças” para contribuir para a recuperação da economia portuguesa.

Santos Pereira ainda condenou o “ambiente de ostentação” que encontrou no Ministério que agora tutela e quer uma redução da despesa “histórica”. “Quando cheguei ao Ministério deparei-me com um ambiente de ostentação que era uma ofensa para os portugueses”, e acrescentou: “Deparei-me com carros de alta cilindrada, contratos de leasing, um número de motoristas elevado (45) e cortamos 15”.

De acordo com ele, a maior parte da consolidação orçamental será feita do lado da despesa e o Ministério da Economia e Obras Públicas não será exceção. “Os sacrifícios não serão em vão e o principal sacrificado será o Estado”.

Santos Pereira afirmou que o Governo está a reavaliar os projetos de alta velocidade e do novo aeroporto e deverá a apresentar as respetivas conclusões “em tempo oportuno”. Segundo o governante, “mais importante do que ter um comboio de alta velocidade é apostar na ferrovia de bitola europeia”.

Criticando o governo anterior com tais projetos, Álvaro Santos afirmou que “nos últimos anos as obras públicas foram a receita mágica inventada para o nosso país crescer”, mas que estas representam “um endividamento externo equivalente a 140% do PIB” português.

O ministro da Economia garantiu que o atual Governo não vai se esconder “atrás de estatísticas enganosas”. “Se nada for feito, no longo prazo estaremos todos emigrados. Falhar não é opção, falhar não existe no dicionário deste Governo”.

Álvaro Santos Pereira referiu que sua prioridade é “inverter” as prioridades das “políticas desastrosas” dos últimos anos em Portugal. “Os sacrifícios do presente não serão em vão” disse ele, “Portugal será em breve um país de sucesso”.

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