Universidade do Pará integra programação especial no Centenário de Saramago

Da Redação

Na próxima terça-feira, dia 16, iniciam oficialmente as comemorações do centenário de nascimento de um dos maiores escritores de Língua Portuguesa, agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura: José Saramago. As celebrações da Universidade Federal do Pará integram a programação oficial da Fundação José Saramago, que prevê uma série de eventos especiais em homenagem ao autor e a sua obra.

O reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho, anunciará a programação da UFPA em 16 de novembro, às 9h30, no Gabinete da Reitoria, com a participação também da vice-cônsul de Portugal em Belém, Maria Fernanda Granja Gonçalves Pinheiro.

A parceria com a Fundação Saramago e a Embaixada de Portugal no Brasil tem proporcionado a realização de várias atividades e projetos de colaboração da UFPA com instituições portuguesas, para a promoção da língua e das culturas luso-brasileiras. Um dos frutos dessa cooperação é a criação da Cátedra “João Lúcio de Azevedo” (Camões, I.P. | UFPA) em 2017, sediada no Centro de Internacionalização da UFPA. Em 2018, a UFPA trouxe a Belém a exposição “SARAMAGO – os pontos e a vista”, com o patrocínio do Banco Santander.

A parceria com a Fundação José Saramago também já viabilizou a coedição de duas obras de Saramago pela Editora da UFPA (ed.ufpa): Da Estátua à Pedra e Discursos de Estocolmo e Democracia e Universidade, cujos lançamentos ocorreram com a presença de Pilar del Río, presidenta da Fundação José Saramago. A ed.ufpa também publicou Diálogos com José Saramago, uma entrevista em profundidade do pesquisador português Carlos Reis com Saramago.

Para a primeira ação comemorativa, a UFPA estabeleceu parceria com a Embaixada de Portugal no Brasil, com o Vice-Consulado de Portugal em Belém e com a Prefeitura Municipal de Belém, por meio da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel) e da Secretaria Municipal de Educação de Belém (Semec), para realização da leitura do conto A maior flor do mundo, de José Saramago, por estudantes de escolas públicas. A leitura ocorrerá na Escola de Aplicação da UFPA e em mais de 80 escolas públicas municipais, no dia 16 de novembro, a partir das 10h. A celebração do Centenário de José Saramago congrega entidades diversas, em Portugal e em outras partes do mundo.

Também a Embaixada de Portugal em Brasília e o Camões – Centro Cultural Português em Brasília participam da iniciativa “Saramago na Escola: Leituras Centenárias”, concebida pela Fundação José Saramago.

Neste dia 16, a iniciativa nas escolas marca os 99 anos do nascimento do escritor português , que pode ser acompanhado no Instagram e também YouTube do Camões e, também, no Facebook da Embaixada de Portugal em Brasília.

Terra natal

Em Portugal, a aldeia natal do Nobel da Literatura vai assinalar, na terça-feira, a data em que o escritor faria 99 anos com a plantação da 99.ª das “100 oliveiras para Saramago” que estão a ser plantadas na Azinhaga, Golegã.

A Fundação José Saramago, que tem um polo na Azinhaga, concelho da Golegã, distrito de Santarém, inicia terça-feira as celebrações do seu centenário com a plantação da 99.ª oliveira, das 100 que decidiu plantar na aldeia natal de Saramago.

“A ideia seria, recuperando um pouco a mágoa que o próprio José Saramago várias vezes referiu, pelo fato de na Azinhaga já não existir o olival e as oliveiras como ele tinha conhecido em criança, que seria bonito a celebração do seu centenário com a existência de cem oliveiras plantadas em sua homenagem”, disse à agência Lusa a curadora da Fundação José Saramago responsável pelo polo da Azinhaga, Ana Matos.

Nos últimos dois anos foram plantadas 98 oliveiras, na sua maioria concentradas numa das ruas principais da aldeia, a rua Vítor Guia, e outras espalhadas pela aldeia, com a 99.ª a ser plantada na terça-feira, assinalando o início das celebrações do centenário.

Cada uma das oliveiras receberá o nome de uma personagem saramaguiana, depois de ser acertada com o município da Golegã a forma como essa designação será representada, sendo a proposta a da inscrição no pavimento.

A centésima oliveira será plantada no dia 16 de novembro de 2022, data em que Saramago faria 100 anos, e a árvore receberá o nome da sua avó materna, Josefa.

O homenageado – Filho e neto de camponeses, José Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga, província do Ribatejo, em Portugal, no dia 16 de novembro de 1922. Seus pais emigraram para Lisboa quando ele não havia ainda completado dois anos. Fez estudos secundários que, por dificuldades econômicas, não pôde prosseguir. O seu primeiro emprego foi como serralheiro mecânico, tendo exercido, depois, diversas profissões: desenhista, funcionário da saúde e da previdência social, tradutor, editor, jornalista. Publicou o seu primeiro livro, o romance Terra do Pecado, em 1947, tendo estado sem publicar até 1966. Trabalhou durante doze anos em uma editora, na qual exerceu funções de direção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na revista Seara Nova.

Em 1972 e 1973, integrou a redação do jornal Diário de Lisboa, em que foi comentador político, tendo também coordenado, durante cerca de um ano, o suplemento cultural daquele vespertino. Pertenceu à primeira Direção da Associação Portuguesa de Escritores e foi, de 1985 a 1994, presidente da Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de Autores. Entre abril e novembro de 1975, foi diretor-adjunto do jornal Diário de Notícias. A partir de 1976, passou a viver exclusivamente do seu trabalho literário, primeiro, como tradutor; depois, como autor. Em fevereiro de 1993, decidiu dividir o seu tempo entre a residência habitual em Lisboa e a ilha de Lanzarote, no arquipélago das Canárias (Espanha). Em 1998, foi-lhe atribuído o Prêmio Nobel de Literatura. José Saramago faleceu aos 87 anos, em 18 de junho de 2010, em Lanzarote. Sua obra é reconhecida como um dos maiores legados da literatura contemporânea.

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