Tratado de Tordesilhas e carta de Caminha em exposição

Está em exposição no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa, documentos de séculos passados que comprovam o domínio português no mundo. Entre eles a carta de Pero Vaz de Caminha e o Tratado de Tordesilhas.

Assinado em 1494, o Tratado de Tordesilhas dividiu o Novo Mundo entre portugueses e espanhóis, e hoje o documento figura entre os 38 bens do patrimônio documental inscritos no registro “Memória do Mundo” da Unesco, desde 19 de junho deste ano.

Nada mal para Portugal, que manteve o Brasil em sua parte na divisão de terras. O documento exposto agora afirma que o objetivo era "dividir o que conhecemos e o que ainda iremos conhecer". O descobrimento do Brasil se deu seis anos após a assinatura do tratado.

Segundo o diretor do Arquivo Nacional, Silvestre Lacerda, esta é a primeira vez que a carta de Caminha e o tratado são expostos juntos. "É muito raro que se possa ver esses dois documentos juntos e então contemplar seu significado e a relação entre eles", disse em entrevista a Reuters.

 

As diferentes datas entre ambos documentos (1494 e 1500) já levaram há muitas especulações de que Portugal teria ocultado o descobrimento da então terra de santa cruz, até a assinatura do tratado com os espanhóis. Segundo Lacerda, não existem evidências a respeito do fato. "Posso afirmar com segurança que não existe nenhum relato conhecido de qualquer contato entre portugueses e os nativos dessa região (antes de 1500)".

Em trecho da carta de um dos integrantes da expedição que descobriu o Brasil, Pero Vaz de Caminha escreve ao rei de Portugal: "Morenos, nus e sem nada cobrindo suas partes íntimas. Eles carregavam lanças e flechas nas mãos quando se aproximaram de nossas naus".

De acordo com o diretor do Arquivo Nacional, o "Tratado de Tordesilhas é o documento geoestratégico mais simbólico do mundo". O documento pode ser visto no Arquivo Nacional até 15 de agosto, em Lisboa.

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