Tertúlia do Fado reúne músicos e homenageia folclore em São Paulo

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Por Luís Cláudio de Almeida

Aconteceu no último dia 13 de dezembro na Casa de Portugal de São Paulo, a tradicional “Tertúlia do Fado” em seus 27 anos de existência, hoje presidida por Armando de Castro.

Na ocasião foi prestada uma homenagem aos 40 anos do Grupo Folclórico da Casa de Portugal, recebendo a regalia o casal Conceição e Ernesto Lemos, diretor do folclore da entidade.

“Os objetivos da Tertúlia são o convívio e a amizade, a cultura, a lusofonia ao lado do Fado e das guitarradas, por isso a Casa de Portugal tem por missão manter vivas as nossas tradições”, declarou António dos Ramos, presidente da instituição luso brasileira.

Entre os participantes a cantar o Fado, estiveram, entre outros, o Padre Armênio, Elyana Martins, Ernesto Lemos, Herculano Oliveira, Armando Castro e o presidente da casa António dos Ramos.

As tertúlias foram “importadas” para Portugal de Paris, no século XIX, onde surgiram e se espalharam pelo mundo, associadas aos cafés. Cada café tinha uma, ou mais, tertúlias sobre temas diferentes.

Historicamente em Portugal o Chiado, dado o grande número de cafés aí existentes, assumiu a liderança em número de tertúlias; A Brasileira, o Nicola e outros receberam tertúlias com participantes tão influentes como Bocage, Alexandre Herculano, António Feliciano de Castilho, Almada Negreiros, Eduardo Viana, Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro, entre outros. No Porto o Majestic e o Guarany, eram os locais por excelência onde se reuniam intelectuais, artistas e políticos. Coimbra, Faro, na realidade qualquer cidade ou vila de Portugal, tinham nos seus cafés tertúlias, onde se discutia tanto a política nacional ou internacional, o futebol ou o mais recente mexerico da terra.

No Fado e antes do 25 de Abril, Amália Rodrigues realizava em sua casa, tertúlias onde recebia intelectuais maioritariamente opositores da ditadura de Salazar. Em um destes encontros promovidos por Amália, destaca-se a presença do poeta Vinícius de Moraes em dezembro de 1968, num encontro onde são recordados os melhores fados de Amália Rodrigues e as imortais canções brasileiras que a Diva do Fado interpretou,numa noite em que o fado, o samba, a poesia, o humor, a bossa-nova e o folclore celebram a alegria de estar vivo.

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