Santa Cruz renova espírito da tradição do seu folclore

Lurdes Oliveira, Maria Adília, Filomena Teixeira e Maria Teresa Teixeira decidiram deitar mãos à obra e levaram a frente a idéia de se fazer sentir, novamente, as veias tradicionais do folclore na freguesia. 

Essas quatro responsáveis retiraram do porão as fardas do antigo rancho e realizaram peditórios. Depois de organizado, o grupo ensaiou as danças e, no passado dia 13 de agosto, decidiu apresentar à Freguesia o fruto das suas horas de dedicação. O resultado foi muita festa, alegria e diversão, num ambiente de extrema satisfação por parte da população. Somente o rancho mobilizou cerca de 20 pessoas. 

Segundo populares, aquela tarde foi inesquecível, já que conseguiu juntar emigrantes e os habitantes da freguesia. 

Para José Manuel Mendes, presidente da Junta de Freguesia de Santa Cruz, aquele foi um momento de vivência comunitária e familiar entre a população local e os que se encontram emigrados.  

“Acho essa iniciativa louvável. As pessoas não podem perder o espírito e a coragem que tiveram em erguer o rancho que estava trancado num porão por muitos anos”, afirma. Roteiro tradicional

O rancho concentrou-se na Avenida da Seara, de onde saiu em direção ao S.Gregório, um santo venerado e acarinhado a 12 de março de cada ano, onde se realiza a única feira anual do concelho de Armamar, há mais de 700 anos. Em marcha, desfilaram ao longo da Rua 12 de Março, até ao bairro da Castanheira. O momento foi acompanhado pelo povo que seguiu em cortejo a marcha do seu rancho, rumo ao alto do descampado do seu padroeiro. 

Chegados ao S.Gregório, o rancho havia reservado aos filhos da terra várias danças. No final, foi servido um lanche em tom de confraternização. 

“Espero que esta data tenha sido o renascer dessa tradição. Mesmo que ela se repita, somente, na época das férias, com a presença dos emigrantes. (…) Ficamos a aguardar que, no próximo ano, o rancho tenha a mesma atitude e coragem, se não for possível surpreender-nos antes”, sublinha o autarca. 

Este responsável admite ainda que a festa poderia ter sido ainda melhor, se, no local, houvesse condições mínimas em termos de estruturas e acessibilidades. 

“Pena que, neste espaço tão belo, como é a Ermida do S.Gregório, não exista água, luz e sanitários públicos, bem como contentores para o lixo. A Junta de Freguesia não baixa os braços. É preciso pressionar e sensibilizar a Câmara municipal para requalificar este espaço e outros que a freguesia tanto carece.

 

Os jovens que assumiram os destinos da Freguesia querem acreditar no progresso sustentado para o bem comum, mas o executivo camarário, não por palavras, mas por atitudes, parece fazer de tudo para manter e acentuar as assimetrias e desigualdades que existem nas várias freguesia do concelho de Armamar”, reclama José Manuel Mendes, que apela ao investimento na sua freguesia como forma de dinamizar Santa Cruz.

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