“Reforma ortográfica é questão política”, diz professora

Livro lançado pela Professora da Fundação Santo André, relata que o Acordo Ortográfico pode incluir a Língua Portuguesa na ONU e beneficia países africanos.

Da Redação

A professora da Fundação Santo André, Clarice Assalim lançou, em novembro passado, o livro “Afinal, estamos de acordo”, a primeira obra que trata o Acordo Ortográfico em um contexto político. O livro relata também a importância da reforma para os falantes da Língua Portuguesa, pois é a sétima língua mais falada no mundo com mais de 230 milhões de pessoas em 8 países.

A professora explica que o Acordo Ortográfico que começa a vigorar a partir de 2009, não é uma questão lingüística como muitos pensam, mas sim política, principalmente do ponto de vista diplomático. "Não vai afetar diretamente a Língua Portuguesa, pois estas mudanças atingem apenas 0,5% do vocabulário", afirmou.

Para a autora, os jovens vão aprender naturalmente, porém os "mais velhos" tendem a resistir. "Existe um sentimento de resistência, incentivado por valores emocionais. Alguns podem até falar que a reforma descaracteriza à língua, fato que não é verdade". Além da diplomacia entre os países, o acordo favorecerá aos estudantes de Língua Portuguesa, pois apenas Brasil e Portugal podiam fazer o exame de proficiência, porém, um não reconhecia o exame do outro, ou seja, o Brasil não o reconhece o teste de proficiência de Portugal e vice -versa.

Com a unificação a Língua Portuguesa poderá ser incluída como uma das línguas oficiais da ONU (Organização das Nações Unidas). Antes, por existir duas ortografias (brasileira e portuguesa), os documentos não poderiam ser redigidos em português. "Agora a Língua Portuguesa deve ser mais uma língua oficial da ONU", relata a professora.

Os 1,5 mil exemplares do livro, lançado em novembro foram vendidos em menos de um mês, agora está indo para a 2ª edição, com uma tiragem de 2,5 mil e, já estuda-se uma terceira edição com o número de exemplares a ser divulgado.

Clarice Assalim é doutora em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo, com tese sobre História da Ortografia Portuguesa. Leciona Língua Portuguesa e Lingüística na UNIBAN, campi OS e CL e Filologia e Língua Portuguesa no Centro Universitário Fundação Santo André, onde também coordena o curso de pós-graduação em Estudos Lingüísticos e Literários.

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