Da RedaçãoCom Lusa
O recenseamento eleitoral na emigração e o desenvolvimento econômico em Portugal são alguns dos temas em destaque no IV Convenção Cívica das Comunidades Portuguesas, que decorre sexta feira e sábado em Chaves.
Com a convicção de que “ainda há muito por fazer” quanto ao recenseamento no estrangeiro, o interveniente no painel sobre esse tema, Carlos Luís, defende que “sempre que um emigrante se desloque a um consulado português devia ter, com caráter obrigatório, de fazer o recenseamento eleitoral”.
Em declarações à Lusa, o ex-deputado pela Emigração do PS Carlos Luís afirmou que os portugueses no estrangeiro estão pouco sensibilizados para se recensearem e exercer o direito de voto.
“Tem havido uma grande desmotivação por parte das comunidades portuguesas, quer da eleição dos quatro deputados, quer à do Presidente da República”, disse.
Carlos Luís mostrou-se ainda favorável ao voto eletrónico, “desde que reunidas todas as condições de segurança”, por considerar que o voto por correspondência “é passível de fraude”.
Por seu lado, João Noronha, diretor do jornal de língua portuguesa no Reino Unido “As Notícias”, é o interveniente no painel dedicado a “As Comunidades Portuguesas e o Desenvolvimento Económico em Portugal”.
Contactado pela Lusa, disse que a sua intervenção vai debruçar-se na utilidade que as comunidades portuguesas podem ter na economia portuguesa.
“Há vontade política da parte do Governo e da oposição em envolverem a emigração na divulgação de Portugal e na captação de investimento. Faz todo o sentido, mas para isso é preciso vontade política e, da parte da emigração, a capacidade de se associar”, afirmou.
Para João Noronha, este é “o tema mais importante com a crise que atinge Portugal”.
“Portugal tem de captar investimentos e recursos para o país. E essa captação de meios poderá ser através da emigração”, acrescentou.
Organizado para debater alguns dos principais problemas que afetam os portugueses no estrangeiro, a IV Convenção vai ser inaugurada na sexta feira com a exposição “30 anos de história da emigração portuguesa para França”.
Segue-se a apresentação do livro “Memórias Flavienses” e a exibição do filme “O Salto”, de Christian de Chalonge.
No sábado, decorrem os trabalhos com os painéis, havendo ainda outro sobre a Memória da Emigração.