Presente na Bienal, artista é aposta lusa da arte contemporânea

 

Mundo Lusíada

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Entre a lista de artistas portugueses participantes da 29ª Bienal das Artes de São Paulo, está Pedro Barateiro, o mais jovem deles. Ele trouxe ao Brasil a obra “Platéia”, a qual falou sobre, em entrevista ao Mundo Lusíada.

“É uma escultura de 2008, que já fiz em outra ocasião, apresentei a primeira vez em Lisboa, e a segunda na França, onde a peça voltou a ser redesenhada para o espaço público. Aqui na Bienal a peça é mais próxima da primeira versão. É uma peça que consiste numa espécie de palco, um cimento onde estão embutidas 16 cadeiras, e tem haver com essa relação com os próprios expectadores” explica o artista. “A idéia é fazer quase um espelho, que os expectadores possam ver e ficar na dúvida se podem usar a peça, porque as cadeiras estão submersas no cimento. É uma peça simples, a minha idéia é que fosse metafórica e que o expectador tivesse uma relação de estranheza e desconforto ao mesmo tempo”.Ao Mundo Lusíada, o artista português citado como uma das apostas da arte conte

porânea portuguesa, disse que não sente tanta a responsabilidade como promessa, já que ele desenha desde os cinco anos de idade e seu trabalho desenvolve facilmente. “De uma certa forma, sinto o peso no ombro, por ser citado como uma promessa, ao mesmo tempo feliz por ser lembrado como uma referência” da arte contemporânea portuguesa, afirma.

Apesar das dificuldades no quesito apoio, nas artes plásticas, Barateiro considera-se um artista de sorte. Mas segundo ele, conseguir apoios é complicado não só para artes plásticas. “Em Portugal, houve muitos cortes para cultura, música e também artes plásticas. Eu posso dizer que tive uma certa sorte para estes apoios”, ao longo da carreira.

Pela primeira vez na Bienal, Pedro Barateiro já esteve no Brasil no ano passado, para uma pequena mostra de trabalho na FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado), além da realização de um pequeno projeto para o Guia da Folha de S.Paulo que surgiu dessa residência de artistas.

Sobre sua expectativa com relação ao evento, segundo o artista esta edição da Bienal está “muito bonita” e “diversificada”. Porém citou algumas que não considera obras de arte, como do artista argentino Roberto Jacoby, “El alma nunca piensa sin imagen” (A Alma Nunca Pensa Sem Imagem) que traz uma foto de Dilma Roussef, e outra de José Serra. “Alguns podem achar que se trata de arte, eu penso que há menos arte” nesta obra, opina. A referida obra, em 22 de setembro, passou a ser coberta com um pano, por recomendação do Tribunal Superior Eleitoral, por conta da época de eleições. Ela deverá permanecer coberta até o final da mostra, em 12 de dezembro.

Aberta em 25 de setembro, a 29ª Bienal de São Paulo, intitulada "Há Sempre Um Copo de Mar para Um Homem Navegar", recebeu mais de 11 mil visitantes no primeiro final de semana. Ela ficara aberta até final do ano, com 850 obras de 159 artistas. Saiba mais (11) 5576-7600.

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