Português recorda Gonzagão e se consagra campeão do samba carioca

Por Igor Lopes
Do Rio para Mundo Lusíada

Fernando Horta chegou ao Brasil quando ainda tinha 12 anos de idade. É natural da Lixa, Felgueiras. Foto: Paulo Mumia/FotoBR.

Nem foi com a típica nostalgia do fado nem com a imponência do folclore trasmontano. No Brasil, o português conquistou a cidade do Rio com o seu samba. Através do enredo sobre Luís Gonzaga – um autêntico músico brasileiro, com certeza – a Unidos da Tijuca foi consagrada a grande campeã do Grupo Especial do desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro de 2012. Não bastasse o delírio dessa festa popular, há de se comemorar o envolvimento de um português dedicado, com gingado e carisma. Fernando Horta é o autêntico dono da festa. Presidente da escola há 25 anos, Horta acredita que a agremiação do morro do Borel aprendeu a fazer um bom carnaval.

Fernando Horta chegou ao Brasil quando ainda tinha 12 anos de idade. É natural da Lixa, Felgueiras, e agora, aos 59 anos, conquista de vez o Rio, ao proporcionar à Unidos da Tijuca o seu terceiro campeonato, e o segundo sob o seu comando. Em 2010, a escola foi campeã com o enredo “É Segredo”, abordando os mistérios da magia. Mas o primeiro título da escola tijucana veio em 1936, cinco anos após a criação da agremiação, que surgiu como união de blocos carnavalescos de morros localizados no bairro da Tijuca, zona norte do Rio.

Horta é figura conhecida no Rio. Sempre teve pretensões de presidir o Clube de Regatas Vasco da Gama, historicamente ligado à comunidade portuguesa. Chegou ao Brasil bem jovem e enfrentou a dureza da vida para sobreviver.

 

Investimento alto

Após o desfile, Horta não segurou a emoção. “É uma emoção muito grande. Um trabalho árduo de muitos anos e agora quem quiser ser campeão tem de ganhar da Unidos da Tijuca”, disse o presidente da escola.

Com a ajuda do carnavalesco do momento, Paulo Barros, Fernando Horta levou a Unidos da Tijuca a um patamar maior, conquistando um título importante sob um enredo bem verde e amarelo.

“Sempre soube que Paulo Barros era capaz de fazer qualquer enredo. Sempre achei feio o que ele me pedia e ele tinha que acertar dessa vez o que pedi. Eu tenho todos os discos do Gonzagão, sou o maior fã. O maior representante do nordeste não podia ficar fora dessa festa”, sublinhou Horta durante uma entrevista.

E para deixar a festa bem bonita, a Unidos da Tijuca esbanjou R$ 10 milhões. Desse valor, R$ 3 milhões vieram do lucro com as apresentações da comissão de frente do desfile de 2010, quando a escola foi campeã com o enredo sobre segredos. Naquela época, bailarinos trocavam de roupa instantaneamente na avenida. A escola foi contratada para se apresentar em congressos, festas e outros eventos pelo Brasil. A Unidos da Tijuca teve ajuda ainda de pelo menos seis empresas que decidiram patrocinar a escola com a ajuda de Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco, Estado onde nasceu o Rei do Baião.

 

Veja mais em Galeria de Imagens: Carnaval 2012.

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