Português abre exposição sobre filigrana portuguesa em Curitiba

Da Redação

 

Curitiba promoveu o lançamento da exposição do português Seixas Peixoto, “Ouro Sobre Azul”. O artista plástico português esteve em Curitiba, e o Vice Consulado, em coordenação com Prefeitura e com a Câmara Municipal de Coimbra, cidade irmã de Curitiba, promoveu a exposição que está patente ao público até 9 de Abril no Memorial de Curitiba.

Depois de 45 anos da morte do surrealista francês André Breton, que procurava o “ouro do tempo”, o artista plástico português Seixas Peixoto fez poesia visual com sua obra “Ouro Sobre Azul”.

A obra conta a trajetória do ouro português, transformado em história, por meio da técnica da filigrana portuguesa: grânulos de ouro dispostos em fios que escorrem pelas telas. Um método tradicional de execução de joias, praticado, principalmente, na região norte de Portugal.

Peixoto conta que o objetivo da exposição é fazer com que os espectadores sintam a riqueza cultural da ourivesaria portuguesa: “Eu espero que as pessoas sintam a ‘portugalidade’ da ourivesaria, nesta exposição em tela, valorizando, assim, o trabalho artesanal em ouro”, diz ele.

A elaboração dos quadros foi fruto de um ano de pesquisas e seis meses de trabalho. Como resultado, verdadeiras joias impressas em telas que compõem as obras de arte desta exposição. A vernissage apresenta 25 peças com variadas dimensões, e neste Ano de Portugal no Brasil, o país recebe a exposição depois de ter percorrido Portugal e França.

 

Filigrana Portuguesa

É bem possível que as principais técnicas de fabrico de ourivesaria (repuxo, soldadura, granulação e filigranação) tenham nascido na antiga Mesopotâmia, hoje território do sul do Iraque, e de lá irradiado para todos os povos. Para o Mediterrâneo e Ocidente, com os Fenícios; para o Oriente, pelos mercadores da rota da seda; e, posteriormente, para a costa oriental da África, pelos árabes.

Os etruscos (povo que antecedeu os romanos) desenvolveram a granulação à máxima perfeição, que consistia em dispor dezenas de milhares de microscópicos grânulos em pequenas joias, formando figuras geométricas, isomórficas ou florais, tendo esta técnica  desaparecido, posteriormente retornando em forma de imitações com qualidade muito inferior, ainda que  bonitas.

A filigrana dá o mesmo aspecto estético da granulação, mas com muitíssimo menos trabalho. Se os etruscos foram o expoente máximo na granulação, os portugueses são, atualmente, os que fabricam a mais fina e bela filigrana no mundo.

Nas oficinas fabricam os esqueletos (contornos exteriores) das peças que entregam a senhoras, juntamente com o fio torcido (filigrana) que, com uma enorme habilidade manual, entalam, com a ajuda de uma pinça, aquele fio dentro dos referidos esqueletos. Depois de preenchidos os espaços com a filigrana, a peça volta à oficina onde é acabada.

O maior segredo consiste em soldar todos os finíssimos fios, uns nos outros, sem os adulterar, mantendo uma peça compacta.

O centro mais antigo onde se fabrica a filigrana é a Povoa de Lanhoso; no entanto, e de uma maneira geral, a mais fina e sublime é feita das oficinas de Gondomar.

Vale realçar que ainda se fabricam peças de filigrana e, por incrível que pareça, aparecem nas vitrines das ourivesarias a preços inferiores à maioria das importadas feitas em série, de acordo com Manuel Rodrigues de Freitas, do Museu da Ourivesaria Tradicional Portuguesa.

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