Portugal no 24º lugar em ‘ranking’ português sobre qualidade de países

Da Redação
Com Lusa

Portugal surge em 24.ª posição no novo ‘ranking’ coordenado pela Universidade do Minho (UMinho), que avalia a qualidade de 110 países, ocupando a Suíça o primeiro lugar e Moçambique o último, revelou a academia portuguesa.

Em comunicado enviado à Lusa, a UMinho explica que o ‘World State of Quality’ (WSQ) surgiu no seguimento de um projeto-piloto elaborado há três anos junto dos 28 países da União Europeia, devendo “ser encarado como uma ferramenta que permite identificar áreas de melhoria, ajudando os governos e as organizações na definição de políticas e estratégias capazes de aumentar o nível de qualidade dos países e, por conseguinte, o bem-estar das pessoas”.

O novo ‘ranking’ avalia a qualidade de 110 países em vários domínios, estando na base da classificação a avaliação da taxa de desemprego, da felicidade, da inovação, da facilidade em fazer negócios, da pegada ecológica, do bem-estar ambiental, da distribuição dos rendimentos, do Produto Interno Bruto, da competitividade, da mortalidade infantil, da esperança média de vida, da educação, além do número de universidades em ?rankings’ internacionais, artigos sobre qualidade publicados em revistas conceituadas, organizações com certificação IS0 9001 e membros da International Academy for Quality (IAQ).

Os 110 países foram distribuídos em cinco grupos: líderes (leading), seguidores (follower), moderados (moderate), modestos (lagging) e principiantes (beginning).

A Suíça lidera esta primeira edição com destaque para os indicadores da competitividade e da inovação, sendo que no grupo de líderes da qualidade encontram-se também a Noruega, classificado como o país mais feliz do mundo, a Suécia, com o maior número de universidades no ranking de Xangai por habitante, a Dinamarca, onde é mais fácil criar e desenvolver uma empresa, seguindo-se a Holanda, o Reino Unido, a Alemanha, a Áustria, a Finlândia, a Irlanda e a Austrália.

“Estes resultados confirmam a trajetória da Suíça e dos países do Norte da Europa no âmbito da qualidade”, afirma o coordenador do projeto, em parecia com Pedro Saraiva, da Universidade de Coimbra, Paulo Sampaio.

A UMinho Realça ainda o afastamento do Japão (12.º), do Canadá (14.º) e dos EUA (15.º) de uma posição de liderança, apenas surgindo no segundo grupo com pontuação mais elevada (seguidores).

Portugal aparece também no grupo dos ‘seguidores’: “Em termos específicos [Portugal] é o 5º país que contabiliza mais membros IAQ por habitante, o 9º com o número mais elevado de organizações com certificação de qualidade por habitante, o 14º com menor taxa de mortalidade infantil e o 16º com maior esperança de vida, com mais universidades por habitante em rankings internacionais e com mais artigos sobre qualidade publicados em revistas conceituadas”, concluiu o estudo.

Os dados mostram ainda que existem 27 países no mundo com maior capacidade de empregabilidade do que Portugal, 40 cuja qualidade do ensino é superior e 53 onde há mais igualdade na distribuição dos rendimentos.

No índice da felicidade, os portugueses surgem na posição 65º, muito depois do Brasil (19.º), da Espanha (28.º) e da Rússia (37.º).

“Conseguimos um bom desempenho global, com resultados muito positivos ao nível das universidades, da investigação e da esperança média de vida. Mas há sempre margem para melhorias, nomeadamente na educação, no estímulo ao emprego e na qualidade de vida nas cidades, sendo necessário continuar o trabalho que está a ser realizado nestes domínios”, realça Paulo Sampaio.

Os países africanos são os que apresentam os piores resultados, com o Mali, a Costa do Marfim, o Lesoto, a Guiné e Moçambique na cauda da lista.

“Surgiram neste ranking clusters naturais. Os países mais desenvolvidos tendem a estar no topo da tabela. A África está a dar os primeiros passos na área da qualidade. Por exemplo, em Angola está a ser criada a primeira associação neste âmbito. Cá já existe há mais de 50 anos”, contextualiza o acadêmico.

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