Portugal marca presença na Bienal 2006 em São Paulo

Vanessa Sene | Mundo Lusíada

A 19a Bienal Internacional do Livro em São Paulo terminou neste domingo, 19. A variedade era tamanha – também pudera, eram 800 estandes em que Portugal marcou presença forte.

Começando pelo eterno literário português, Fernando Pessoa, que recebeu destaque neste ano, 70 anos após sua morte. O Espaço Literário da Bienal 2006, no dia 14, foi do professor Fernando Segolin (autor de Fernando Pessoa: Poesia, Transgressão, Utopia) falando a respeito do “Livro do Desassossego” de Fernando Pessoa. Os versos pessoanos sobre as conquistas portuguesas, na obra Mensagem, também foi um lançamento de destaque da L&PM Editores. Ou ainda o livro Dias Melhores pra Sempre!, da Ateliê Editorial, que traz um poema de Fernando Pessoa para cada dia do mês.

Pelas “ruas” da Bienal 2006, encontramos um participante assíduo representando Portugal na Bienal. O Instituto Camões – ICA, trabalha por um intercâmbio literário de autores de língua portuguesa em vários países, não só Portugal e Brasil. Como exemplo, vimos em suas prateleiras obras de Saramago no idioma japonês, entre outras expostas que mostram o trabalho desenvolvido pelo instituto. Trabalhos de tradução como este levam obras de escritores do mundo lusófono à vários países como a Itália, onde o ICA participa de um evento no mesmo âmbito da Bienal São Paulo no próximo mês, com a coordenação da Ana Castro.

O montante das obras patrocinadas pelo ICA já é grande o bastante para nos perdermos nos números. A sua finalidade é ser parceira na publicação de escritores portugueses e obras em língua portuguesa, como muitos imigrantes aqui escrevem.

Foi no espaço da Livraria Camões, na rua "N" do Pavilhão do Anhembi, que encontramos a simpática jovem de 70 anos, Milena Maria de Albuquerque, em sua tarde de autógrafos. Lançada há menos de dois anos, Feliz Aterrissagem é um romance que conta sua experiência como aeromoça, trazendo encantos e desencantos que instigam o leitor a acompanhar essa história até o fim. E a sua próxima obra “já está no computador” diz Milena, mas hesita ao falar do seu lançamento. “Quero que esta primeira decole e aterrize com sucesso!” para depois pensar na segunda obra, garante a carioca.

Saindo da Livraria Camões, seguimos rua "L" a dentro até nos depararmos com outra livraria. Movimentada, a Ebradil – Livraria de Portugal também esteve presente na Bienal 2006. O espaço, reproduzindo uma real livraria, contava com obras de portugueses e traduções de diversos autores internacionais, fazendo seus leitores encontrarem de tudo um pouco no mundo da literatura.

Quem esteve lançando livro na 19a edição da Bienal foi o português José Verdasca, no dia 12. A Vida, o Homem e o Universo foi lançado pela Ordem Nacional dos Escritores e Scortecci Editora. Mas é impossível descrever todas as formas de arte e cultura. São muitas informações e imagens que passam a nossa frente para repararmos em tudo. Apenas absorvemos o que nos chama a atenção, como participantes de um estande com as suas camisetas confeccionadas próprias para o Bienal: Gente que faz livros, livros que faz gente!

E nem só na leitura havia entretenimento. O evento contou com espaços infantis e de recreação, como o estande que Maurício de Souza esteve dando autógrafos, onde reuniu grande público infantil e adulto para assistir a peça da Turma da Mônica. Praça de alimentação, além de barracas de doces portugueses pelos corredores da Bienal estavam sempre bem movimentadas.

Destaque ainda para estandes-multimídia como do Sesc SP, com poltronas à frente de tvs plasmas, transmitindo shows de artistas brasileiros, ou estandes de música instrumental com temas exclusivos. Entre eles, na Azul Music encontramos para além da música flamenca ou africana, uma trilha sonora da obra de Camões “Os Lusíadas”, do Mawaca, grupo paulista que recria temas de variadas etnias com elementos da música brasileira.

E ainda, podia-se visitar os estandes da União Européia, Memorial da América Latina, Secretaria da Cultura de São Paulo, Municipal e Estadual, e tantas outras informações que só podiam se reunir na Bienal São Paulo. Portanto, se você não visitou esta, não deixe de participar dessa próxima viagem cultural, a 20ª edição da Bienal do Livro.

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