Pesquisadoras de Portugal visitam São Carlos em busca de parecerias com universidades

Da Redação

Entre os dias 18 e 20 de setembro, pesquisadoras da Universidade do Minho (UMinho), de Portugal, estarão em São Carlos, interior de São Paulo. para conhecer universidades e apresentar propostas de parcerias e projetos de cooperação internacional.

Na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a visita será realizada no dia 19, aberta a estudantes, pesquisadores e docentes interessados em acordos com a instituição portuguesa.

Ana Santos Pereira e Joana Santos Martins são pesquisadoras do Bioinformatics (EvoBioMed), que faz parte do Domínio de Microbiologia e Infecção do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da UMinho. O EvoBioMed está vinculado à Rede Científica Europeia e tem como objetivo o melhoramento da saúde pela investigação, produção de novos conhecimentos médicos e inovação.

O Laboratório utiliza a bioinformática para a análise de dados clínicos e epidemiológicos, dedica-se à investigação translacional sobre evolução microbiana e diversidades genéticas, visando descobrir meios mais eficientes para o controle de doenças infecciosas.

Durante o encontro com a comunidade da UFSCar, o EvioBioMed vai apresentar seu trabalho e iniciar diálogo para o estabelecimento de parcerias visando ao desenvolvimento de investigação científica conjunta. No âmbito dessas parcerias, poderão ser realizados compartilhamento de dados, métodos, projetos e estratégias de pesquisa, assim como o intercâmbio de estudantes, docentes e pesquisadores em regime de formação e qualificação pós-graduada. Na oportunidade, as pesquisadoras abordarão estudos do Laboratório cujo objetivo prático é a descoberta de novas e mais eficazes formas de controle de doenças.

O encontro com a equipe do EvoBioMed acontece das 10 às 12 horas, no Auditório 1 da Biblioteca Comunitária (BCo), que fica na área Norte do Campus São Carlos da UFSCar. A atividade é aberta a estudantes e professores que queiram iniciar contatos com o EvoBioMed para ações conjuntas de pesquisa e intercâmbios. Não é necessária inscrição prévia.

No mesmo dia, à tarde, as pesquisadoras se reunirão com a Reitoria da UFSCar e com grupos específicos, e também farão visitas a alguns setores da Instituição. No dia 20, às 14 horas, o encontro acontecerá no campus de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP).

Cooperação UFSCar e UMinho
As visitantes estarão acompanhadas pelo professor Bernardino Alves Souto, do Departamento de Medicina (DMed) da UFSCar, que realizou pós-doutorado no EvoBioMed, por meio de projeto de cooperação entre a UFSCar e a UMinho, intermediado pela Secretaria Geral de Relações Internacionais (SRInter) da instituição brasileira.

A pesquisa teve apoio do Ministério da Saúde do Brasil e propôs compreender como os subtipos do vírus da Aids, o HIV, se distribuem no País, que pessoas eles afetam, o que contribui para sua disseminação nas diferentes regiões brasileiras e quais são as características genéticas do vírus em milhares de brasileiros. O estudo utilizou técnicas avançadas da Biologia Molecular e Bioinformática, disponíveis no EvoBioMed, para estudar o DNA de amostras brasileiras de HIV.

O levantamento processou o DNA de 50 mil amostras de HIV recolhidos no Brasil entre os anos de 2008 e 2017, juntamente com informações sociodemográficas, laboratoriais, terapêuticas e sobre práticas sexuais das pessoas infectadas pelo vírus.

A partir do estudo, os pesquisadores confirmaram dados da literatura que demonstram que o HIV no Brasil tem uma distribuição geográfica curiosa: “O subtipo B é menos prevalente na região Sul, mas encontra-se amplamente disseminado pelas outras regiões do País. Ao contrário, o subtipo C concentra-se no Sul e é pouco prevalente nas outras áreas”, explica Alves Souto.

Na avaliação do professor, os fatores de ordem sociocultural influentes sobre comportamentos facilitadores da transmissão do HIV se associam às características biológicas específicas de cada subtipo do vírus, intensificando a transmissibilidade de determinados subtipos em relação a outros, em grupos populacionais específicos identificados pelo comportamento de risco socioculturalmente mais prevalente.

Para Nuno Osório, supervisor do EvoBioMed, a cooperação com a UFSCar é importante e demonstra o potencial de parcerias institucionais para o desenvolvimento de conhecimentos que favoreçam a população mundial. “Essa parceria nos permitiu iniciar projetos para um melhor entendimento científico sobre HIV/Aids, e conseguimos criar uma importante base de dados com mais de 40 mil sequenciações de genomas virais e dados clínicos associados. A continuação de intercâmbios entre instituições de referência no Brasil e em Portugal será importante para o avanço científico e acadêmico dos dois países”, destaca Osório.

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