Museus: Portugueses devem trabalhar mais em rede e promover-se lá fora, diz especialista

Da RedaçãoCom Lusa

O diretor do Smithsonian`s National Museum of American History, Brent Glass, considera que os museus portugueses deveriam trabalhar mais em rede e, em tempos de crise, investir na promoção do legado nacional, histórico e cultural, no estrangeiro.Brent Glass, que é diretor do museu desde 2002, fez uma conferência no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa, sobre “Estratégias Modernas de Administração Museológica”, que tinha também apresentado já em Coimbra e no Porto, no âmbito de uma visita a Portugal.Durante as visitas às cidades tem vindo a contactar com vários responsáveis de museus e palácios nacionais, e também do Instituto dos Museus e da Conservação (IMC), que apoia e colabora com esta iniciativa da Embaixada dos Estados Unidos da América.“Numa perspetiva internacional, eu diria que, mesmo em tempos de crise econômica, os museus portugueses deveriam investir em promoção, em mais marketing lá fora. O mundo não conhece as riquezas que Portugal tem, e é um bom país para visitar e conhecer”, disse o responsável à agência Lusa no final da conferência, em 23 de fevereiro.Sobre os contatos que travou com responsáveis dos museus e do que ficou a conhecer da realidade museológica portuguesa – nesta primeira visita a Portugal – Brent Glass disse ter identificado “a necessidade de uma maior colaboração entre os próprios museus” do país.“É preciso aumentar o incentivo à colaboração entre museus, e também juntar esta área com o turismo”, advogou o diretor do Smithsonian`s National Museum of American History.A Smithsonian`s é a maior organização cultural dos Estados Unidos e uma das maiores do mundo. Foi criada pelo congresso norte-americano em 1846 e possui hoje 19 museus dedicados à cultura, história, arte e ciência.O museu que dirige – detentor de um acervo de três milhões de peças, entre elas a emblemática Star-Spangled Banner, a bandeira que inspirou e deu nome ao hino norte-americano – recebe anualmente três milhões de visitantes e é o terceiro mais visitado dos 19 que compõem o Smithsonian Institute, em Washington.Globalmente, os museus Smithsonian recebem 30 milhões de visitantes por ano.O diretor do National Museum of American History considerou ainda muito importante, no caso de Portugal, a “necessidade de atrair mecenas, quer individuais ou coletivos”, numa altura em que se verificam restrições financeiras por parte dos apoios estatais devido a crise.Na palestra, a que assistiram responsáveis de museus e palácios nacionais e estudantes da área da museologia, Brent Glass abordou as novas estratégias e desafios para o setor, e a forma como o museu que dirige tem vindo a gerir a programação de exposições, a captação e fidelização de públicos, a angariação de fundos e as novas tecnologias.Licenciado pela Universidade de Nova Iorque e doutorado em História pela Universidade da Carolina do Norte, Glass tem mais de trinta anos de experiência de gestão museológica.Sublinhou aos presentes no auditório do MNAA, a “necessidade equilibrar a missão do museu, os recursos humanos e financeiros, e o ambiente que o rodeia” (mídia, comunidade, governo e administração).Destacou ainda que, nos Estados Unidos, para obter fundos, os museus estão a mudar a forma como se promovem, deixando de se focar tanto na missão de conservar o patrimônio, para centrar-se na missão de educação e trabalho para o bem público.

 

 

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