Museu luso de história natural abre após 40 anos de pesquisa

Da Redação Com Lusa

O Museu de História Natural de Sintra abriu portas no sábado, 01 de agosto, com o espólio recolhido durante quarenta anos pelo pesquisador Miguel Barbosa, destacando-se o único exemplar de um fóssil da espécie Braseodactylus existente no mundo.

O museu terá em exposição peças raras também como alguns dinossauros e ninhos de ovos de dinossauros provenientes do Deserto do Gobi, na China, e fragmentos do meteorito de Nantan (China), que caiu na Terra no século 16.

Com 83 anos de idade, Manuel Barbosa já fez explorações arqueológicas em diversas partes do mundo. “A viagem a que mais me impressionou, exatamente por ter encontrado aquela beleza de cores e formas que eu gosto, foi à floresta petrificada do Arizona onde vi os troncos de arvores enormes que os índios utilizavam como pontes e uma pedra enorme com um dinossauro lá metido que era onde os se reuniam”, disse Miguel Barbosa.

O pesquisador adiantou à Agência Lusa ter sido abordado por diversos museus internacionais que se mostraram disponíveis com “propostas tentadoras” para acolher o seu espólio de história natural.

“Chegamos a uma altura em que tínhamos a casa cheia de pedregulhos, até debaixo da cama, e tivemos que tomar uma resolução. Foi aí que cheguei à conclusão que gostava que estas coisas ficassem no meu pais”, adiantou.

Após “30 anos à espera do Museu de História Natural de Sintra”, o pesquisador se diz “feliz” por finalmente haver um espaço onde “a pesquisa e as trocas de uma vida” possam estar expostas.

“Tenho feito muitas trocas com paleontólogos e com museus. A Unesco interessou-se por este museu e mandou cá uma arquiteta para ver a coleção e desde o princípio que achou que esta coleção tinha nível mundial”, disse.

O novo museu vai ter uma exposição de longa duração (do Pré-Câmbrico ao Quaternário), um espaço multimídia, sala de exposições temporárias, serviço educativo, laboratório, pesquisa, loja, cafetaria e jardim, sendo equipado com totens informativos e com tela gigante, em ambiente interativo.

A coleção de fósseis conta com muitas peças consideradas raras, dada a sua boa conservação e representatividade das eras geológicas a que pertencem.

Na exposição de longa duração é possível assistir a uma simulação do big-bang, seguido de um percurso sequencial que explorará a vida na Terra, desde o Pré-Câmbrico (entre 4,5 bilhões de anos e 60 milhões de anos), até ao Quaternário (entre 5 milhões de anos até ao aparecimento dos primeiros Hominídeos).

O Museu de História Natural de Sintra vai funcionar com entrada gratuita, de terça a sexta-feira, das 10h às 18h e aos sábados, domingos e feriados, das 14h às 18h, fechando segunda-feira.

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