Milhares de alunos começaram a regressar às escolas portuguesas

Alunos usam máscaras de proteção contra a covid-19 durante uma aula, no primeiro dia após o alívio das medidas de emergência devido à situação epidemiológica da covid-19, em Sintra, 18 de maio de 2020. RODRIGO ANTUNES/LUSA

Mundo Lusíada
Com Lusa

Depois de dois meses fechados em casa e com ensino à distância, milhares de alunos começaram a regressar às escolas nesta segunda-feira em Portugal. Na maioria dos estabelecimentos de ensino, teve aulas durante toda a manhã, em outros recomeçaram durante a tarde, as aulas presenciais.

Os diretores escolares aplaudiram o “comportamento exemplar” dos alunos do secundário que regressaram às escolas, equipados com máscaras e cumprindo as regras de distanciamento social definidas para o recomeço das aulas presenciais em tempo de pandemia.

“A principal expectativa dos diretores e professores para o dia de hoje era perceber como é que os alunos se iriam comportar e o que estamos a ver é um comportamento exemplar”, disse o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima.

A maioria dos alunos já trazia a sua própria máscara de casa e por isso os equipamentos de proteção que o Governo distribuiu, na semana passada, pelas escolas serviram essencialmente aos professores e restantes funcionários, contou Filinto Lima.

Além de virem protegidos, “os alunos entraram nas escolas de forma ordeira e sem grandes cumprimentos ou abraços, cumprindo sempre as regras de distanciamento”, acrescentou orgulhoso o representante dos diretores escolares.

“Até ao momento não temos relatos de problemas. Os alunos estão muito conscientes e são conhecedores das regras, estando a cumpri-las”, sublinhou.

Ainda nesta segunda-feira, houve alguns alunos que não retomaram ao ensino presencial, essencialmente porque as famílias temem o perigo de contágio.

Segundo Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), entre 20% e 25% dos estudantes optaram por continuar a ter aulas em casa, segundo um primeiro balanço com base em dados recolhidos junto de diretores de todo o país.

No entanto, os diretores acreditam que este número terá tendência a diminuir ao longo da semana, conforme as famílias se forem apercebendo de que “as escolas estão preparadas para os receber e que os riscos de contágio estão minimizados”, explicou Filinto Lima.

Em algumas escolas também faltaram alguns professores, por pertencerem ao grupo de risco de covid-19. Sendo que os diretores começaram por recorrer “à prata da casa” para substituir quem falta e também abriram concursos na semana passada para as vagas.

Desde 16 de março, que as crianças e estudantes do básico ao ensino superior estavam a ter aulas à distância, por imposição do Governo como forma de tentar conter a disseminação do novo coronavírus.

Neste dia 18, as crianças e os adolescentes do 11.º e 12. ano e os alunos do 2.º e 3.º anos dos cursos de dupla certificação do ensino secundário começaram a regressar às escolas.

O Governo aprovou no dia 15, novas medidas que entram agora em vigor, como a retoma das visitas aos utentes dos lares de idosos, a reabertura das creches, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios.

Caminho de Portugal

Nesta segunda-feira, Portugal deu mais um passo no processo de abertura gradual da economia e da vida social. Coincidindo com o Dia Internacional dos Museus, esta nova fase foi marcada pela abertura, não só dos museus, como também de equipamentos culturais, como monumentos, galerias de arte, centros interpretativos, palácios e igrejas.

Também abrem os restaurantes, cafés, pastelarias, esplanadas e estabelecimentos comerciais até 400 metros quadrados, de acordo com o plano do governo.

Este é o segundo momento de abertura faseada e controlada, depois de no passado dia 4 de maio terem já aberto portas os comércios locais, as livrarias, os cabeleireiros, os institutos de beleza, as bibliotecas, as atividades náuticas, os campos de golfe, os táxis, e alguns serviços públicos e transportes.

A curva dos efeitos da pandemia em Portugal manteve a sua trajetória descendente, o que veio reforçar a confiança e segurança nas medidas implementadas neste 18 maio, bem como nas previstas para as fases seguintes.

Serão mantidas as regras de segurança sanitária estabelecidas no país pela Direção Geral da Saúde, com o uso obrigatório de máscara, a manutenção da distância mínima de dois metros entre pessoas, condições para a higienização frequente das mãos de colaboradores, visitantes ou clientes, bem como das superfícies e espaços, com limitações na sua lotação.

Nos restaurantes e estabelecimentos similares, a ventilação e renovação frequente do ar serão aspectos prioritários e serão retirados das mesas todos os elementos decorativos. Aconselha-se também a reserva antecipada de lugar e os pagamentos deverão ser realizados preferencialmente com cartões.

O Turismo de Portugal criou o selo “Clean & Safe”, que distingue as atividades turísticas que asseguram o cumprimento de requisitos de higiene e de limpeza para prevenção e controle da Covid-19 e de outras eventuais infeções de acordo com as recomendações da Direção-Geral da Saúde.

Este selo abrange toda a cadeia de valor do turismo, incluindo, hotéis, alojamento local (aluguel de temporada), empresas de animação turística e restaurantes, que paralelamente implementaram protocolos específicos para as diferentes serviços.

Portugal contabiliza 1.231 mortos associados à covid-19 em 29.209 casos confirmados de infecção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

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