Mensagens da portuguesa Inês de Castro são lançadas em livro

Por Vanessa SeneMundo Lusíada

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Uma obra que conta uma celebre história de amor ocorrida em Portugal, por volta de 1340, é tema de um livro lançado este ano, por Caio Ramacciotti. “Mensagens de Inês de Castro” reúne diversas mensagens psicografadas por Francisco Cândido Xavier, o famoso médium brasileiro Chico Xavier.

Ele psicografou mensagens da portuguesa Inês de Castro, contando a história da época do Portugal Medieval, as quais foram entregues para Caio Ramacciotti, quem Chico Xavier confiou todas elas. As cartas foram reunidas neste livro, que tem ambos como autores.

Foi em maio de 1977 que ele começou a receber as mensagens de Inês de Castro, através de Chico Xavier. “Ele começou a me falar sobre Portugal, sobre coisas bonitas, e pedi para ele falar mais um pouquinho” diz Caio Ramacciotti, contando que à meia-noite daquele dia, Chico Xavier telefonou para sua casa e leu a primeira mensagem referente a trágica história de amor, entre Inês de Castro e D.Pedro I, carta a qual também está publicada no seu livro.

Segundo ele, muitas situações incompreensíveis para os historiadores são reveladas nas cartas. Entre os relatos das mensagens, Caio citou o momento em que Inês pede para Pedro não ir a uma caçada com o seu irmão, pois “os olhos do Rei estão me procurando”. Mas ele ignorou e foi à caçada, e então Inês acabou sendo decapitada. “Pedro assinou o atestado de óbito da sua companheira”.

Segundo declarou ao Mundo Lusíada, ele acredita na história de amor de Inês e Pedro. “Acredito plenamente. Na verdade isso mudou a minha vida, porque eu fiquei tão emocionado. E não só com a leitura, porque ele [Chico Xavier] me ligava toda noite e lia uma carta, uma mensagem com 30/40 laudas manuscritas por ele”.De acordo com Ramacciotti, estas cartas recebidas por ele enfatizavam poemas e uma realidade própria da história. "Não há historiador que consiga explicar a decapitação de Inês, uma mulher apaixonada por D. Pedro I. E as mensagens mostram o porquê de determinadas situações".

Além das ligações, Caio encontrava o amigo a cada três semanas, quando Chico Xavier entregava a ele todas as mensagens, as quais foram guardadas por anos. Nestas oportunidades, os dois conversavam madrugada a dentro sobre os detalhes dessa história. Questionado se todo o conteúdo lhe diz alguma coisa, ele respondeu: “Tem que dizer, não diz nada para você uma história bonita de amor? Eu me sinto evidentemente ligado, a história é comovente” afirmou Caio, que chegou a receber centenas de e-mails falando sobre Inês de Castro, a maior parte do Brasil, citando ser “impressionante a receptividade da história”.

“Eu imagino que o objetivo de Chico Xavier era me sensibilizar para, mais tarde, eu dar conhecimento desta história” diz o autor do livro, que apesar de nunca ter estado em Portugal, conta detalhes do desenrolar desta história.

A obra “Mensagens de Inês de Castro” assinada por Caio Ramacciotti e Chico Xavier, foi lançada neste ano com 26 mil exemplares, sendo que 2 mil seguiram para Portugal.

Trágica história de amor de Inês e PedroPor volta de 1300, o príncipe herdeiro do trono português, Pedro I, casou-se com Constança de Castilha num matrimônio de conveniências. Mas ele foi apaixonado por Inês de Castro, uma dama da corte portuguesa nascida em Castela, que foi sua amante. Ela chegou a ser exilada pelo rei Alfonso IV, que ainda tinha inimizades com seus irmãos, D. Fernando de Castro e D. Álvaro Pirez de Castro.

Sua mulher Constança acabou falecendo em 1345. A vontade do rei era arranjar um outro casamento para o seu filho. Dez anos depois, Pedro I foi ao encontro de sua amada, os dois foram viver juntos e tiveram quatro filhos. Circulavam boatos de que os Castros conspiravam para assassinar o herdeiro, para o trono português passar para os filhos de Inês de Castro.

Aproveitando uma caçada que Pedro fez, o rei mandou decapitar Inês de Castro, em 1355. Apesar da revolta com o pai, Pedro acabou subindo ao trono dois anos depois, após a morte do rei. Neste momento, ele revelou ter se casado em segredo com Inês, transformando-a em rainha-póstuma. Reza a lenda que D. Pedro I queria que todos lembrassem dela como rainha de Portugal, e portanto ordenou desenterrá-la e coroá-la, numa cerimônia de beija-mão, tendo como pena a quem se recusasse a morte.

Por esta história, é comum em Portugal a expressão popular “Agora Inês é morta” para uma situação que é irremediável.

2 Comments

  1. Embora o conteúdo da matéria se refira corretamente ao local de nascimenbto de Inês de castro (Castela), portanto espanhola, o tputlo da matéria indica que ela era portuguesa, o que não está correto.

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