Lusófonos propõem idioma como língua de trabalho da Unesco

Da Agencia Lusa 

Os países lusófonos apresentaram na sexta-feira 09 de outubro, em Paris, uma proposta para que o português seja língua de trabalho da Unesco, disse à Agência Lusa o embaixador de Portugal na organização.

A proposta foi apresentada pelas sete delegações lusófonas à Conferência Geral da Unesco, a organização para a Educação, Ciência e Cultura das Nações Unidas, com sede em Paris, afirmou o embaixador Manuel Maria Carrilho.

A proposta do bloco lusófono foi discutida e aprovada, numa reunião em que participaram o chefe da missão de Portugal na Unesco, o embaixador do Brasil na organização, Sousa Gomes, e os diplomatas que representam os cinco países africanos de expressão oficial portuguesa (Palop), incluindo Angola, primeiro dos sete na ordem de intervenção na Conferência Geral.

A proposta apresentada, a que a Lusa teve acesso, salienta que o português "é hoje falado por mais de 250 milhões de pessoas".

O documento destaca também que o português "já é língua de trabalho na União Europeia, na União Africana e nas cúpulas Ibero-Americanas".

A proposta conjunta dos sete países faz um apelo à nova diretora-geral da Unesco, a diplomata búlgara Irina Bukova, recentemente escolhida pelos 193 membros da organização numa eleição muito disputada.

Irina Bukova, que deverá ser nomeada para a direção-geral da Unesco em 15 de outubro, declarou a um jornal brasileiro, já depois da sua eleição, que respeita "muito a língua de Camões e de Jorge Amado".

Além do contexto poder ser favorável dentro da Unesco à proposta do bloco lusófono, existem hoje condições financeiras para viabilizar o projeto, segundo acrescentou à Lusa o chefe da missão diplomática portuguesa junto da organização.

"O Brasil assume uma parte substancial do custo deste projeto para o primeiro biênio", adiantou Manuel Maria Carrilho.

O custo da adoção do português como língua de trabalho na Unesco está calculado em US$ 5 milhões.

A vontade política do Brasil em apoiar este projeto é a grande diferença em relação a uma ideia semelhante, que foi discutida entre Portugal e Brasil em 1997 mas que não chegou a avançar por falta de enquadramento orçamental.

A proposta do bloco lusófono da Unesco segue, explicitamente, uma ambição idêntica manifestada na última cúpula da Praia da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

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