Livro “Portugal minha saudade” terá renda revertida para Escola Portuguesa

Grupo Mendes patrocinou confecção da obra de 180 páginas que traz a história do Portugal antigo ao atual. 

Por Odair Sene

O presidente do Centro Cultural José Duarte, a autora Clotilde Paul, o cônsul Armênio Mendes e o diretor José Octávio de Sousa lendo a apresentação da autora do livro.

 

No dia 25 de abril, o chama do “Dia dos Cravos”, ou “Dia da Liberdade”, o dia que portugueses do mundo todo comemoram a Revolução dos Cravos, foi também um dia muito especial para a escritora e professora Clotilde Paul, especialista em Cultura Portuguesae até homenageada pelo Governo de Portugal com a Comenda Infante D. Henrique. Nesta noite, com apresentação cultural do Orfeão do Centro Cultural Português, a autora lançou o livro “Portugal minha saudade” com total patrocínio do Grupo Mendes. O evento foi promovido na sede cultural do Centro Cultural, em Santos.

Conforme a autora, a obra é resultado de quatro anos de pesquisa, porém com muita influência familiar, já que a autora é filha de portugueses. Na definição do livro, ela diz ao Mundo Lusíada que acredita ser um “poema de saudade”, o sentimento consta já no título.

Com 184 páginas, apresentação assinada por Armênio Mendes e prefácio assinado pelo escritor Hernâni Donato (membro da Academia Paulista de Letras), o livro tem duas partes, a primeira é sobre a história de Portugal, desde a origem do Condado Portucalense até os atuais dias de crise econômica, incluindo neste trecho, por exemplo, Cristiano Ronaldo e Mourinho.

Em linguagem coloquial, porém fidelíssimamente histórica, o conteúdo é calcado em documentação, sem erros e ou invenções, “tudo para que os jovens aprendam a amar Portugal e os antigos possam matar as saudades”, diz a autora que ilustrou essa primeira parte com imagens de azulejos portugueses.

A segunda parte, como disse o escritor Hernâni Donato, é uma enciclopédia (um livro-enciclopédia) porque tem dados de Portugal como aspectos geográficos, econômicos, políticos, a cronologia desde os primeiros reis até o atual presidente, bem como os primeiros ministros, além de tratar da independência das colônias, da culinária, do fado de Lisboa, do fado de Coimbra, as tradicionais universidades e explica até porque o lisboeta é chamado de “alfacinha” e o portuense é chamado de “tripeiro”.

Clotilde Paul fez neste livro uma pequena antologia dos principais literários portugueses, desde Gil Vicente até Saramago, encerrando com receitas testadas da tradicional culinária lusitana. “Meu objetivo era fazer um livro que não ficasse cansativo e sim dinâmico, acredito que todos vão gostar”, falou a professora que ainda agradeceu ao Grupo Mendes, especialmente ao Sr. Armênio que patrocinou a referida edição com renda totalmente revertida para a Escola Portuguesa, entidade administrada por portugueses, que funciona em Santos e cuida do aprendizado de 160 crianças carentes dando educação de qualidade, instrução, uniforme, merenda e até cesta básica em época de férias. “O que eu acho mais importante é que a Escola Portuguesa modificou o perfil moral e social das famílias ao seu entorno”, disse a autora.

Segundo Clotilde, o livro “Portugal minha saudade” pode ser uma ferramenta moderna e atualizada para jovens estudantes, referindo que hoje o jovem quer saber da história, “porém de uma forma dinâmica, atualizada e numa versão moderna”, encerrou ela com expectativa de que sua publicação chegue em Portugal e ao conhecimento também dos portugueses.

Armênio Mendes, Cônsul Honorário de Portugal em Santos e diretor presidente do Grupo Mendes, que patrocinou a edição do livro, falou ao Mundo Lusíada com referencias elogiosas à professora Clotilde, como sendo uma figura “extraordinária” especialista da literatura portuguesa e muitas vezes convidada a palestrar em eventos, como no Dia de Portugal (10 de Junho) sempre apresentando conteúdo riquíssimo tendo “surpreendendo” a todos a cada oportunidade. “Certo dia ela me perguntou o que achava sobre o livro e eu lhe disse que não poderia achar, eu teria que a incentivar a fazer porque nunca ouvi de nenhum português o que ouço dela sobre Portugal, e ela é brasileira”, a partir desse diálogo, segundo revelou Armênio Mendes, a professora pôde contar com ele para o apoio necessário. A iniciativa da autora, disse Armênio, “bateu na alma e no coração com força, porque sou português e conheço a obra dos portugueses e o gigantismo da coragem dos portugueses que escreveram nossa história”, disse o cônsul.

O presidente do Centro Cultural Português, José Duarte de Almeida Alves, disse ao Mundo Lusíada que para sua diretoria foi um “orgulho” receber a professora Clotilde Paul, o Orfeão e tantos convidados. Elogiou a qualidade intelectual da autora e da obra apresentada nesta noite.

José Duarte segue acompanhando de perto as obras de restauração da sede cultural já com 80% concluídas. Segundo o dirigente, entre agosto e setembro a direção vai re-inaugurar o teatro que passou por uma ampla reforma e será um dos melhores espaços dedicados tanto para a comunidade como para a população da região.

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