Governo brasileiro adia exames do Enem 2020

Da Redação
Com agencias

O governo brasileiro anunciou nesta quarta-feira o adiamento da prova Enem – Exame Nacional do Ensino Médio. As datas serão adiadas de 30 a 60 dias em relação ao que foi previsto nos editais.

“Atento às demandas da sociedade e às manifestações do Poder Legislativo em função do impacto da pandemia do coronavírus no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Ministério da Educação (MEC) decidiram pelo adiamento da aplicação do exame nas versões impressa e digital” traz comunicado do governo.

Para definir datas, o Inep vai promover uma enquete direcionada aos inscritos do Enem 2020, por meio da Página do Participante. As inscrições para o exame seguem abertas até as 23h59 desta sexta-feira, 22 de maio.

Por 75 votos a um, o Senado aprovou nessa terça-feira (19) o adiamento do Enem. Pelo projeto da senadora Daniella Ribeiro (PP-PB), as provas serão aplicadas somente após o fim do ano letivo de 2020, que foi prejudicado pela pandemia do coronavírus.

No último mês, o Inep adiou apenas a versão digital, que seria realizada nos dias 11 e 18 de outubro e passou para os dias 22 e 29 de novembro. A aplicação da prova impressa estava prevista para 1º e 8 de novembro. Já há quatro milhões de inscritos, de acordo com o Inep, e estão esgotadas as vagas para a prova digital.

“O que nós estamos fazendo não prejudica os outros estudantes. Isso é apenas para não reforçar a desigualdade que já existe. Qual aluno hoje tem condição de estar em casa estudando, de pagar uma plataforma de streaming, de pagar pelo YouTube, de ter uma aula de EaD [educação a distância], ou de estudar de qualquer outro jeito? Livros? Que livros eles receberam? Nenhum! Quem é o professor, o autodidata? Quantos são autodidatas para estudarem sozinhos matemática, física e química?” questionou a senadora Daniella Ribeiro (PP-PB).

Com o ano letivo comprometido para milhões de estudantes por causa da pandemia de coronavírus, o desafio do ensino a distância para diversas escolas, a falta de estrutura da rede pública e a dificuldade de reposição das aulas, vários senadores elogiaram o projeto aprovado nesta terça-feira.

Mais cedo, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, mencionou um possível adiamento do Enem, pelas redes sociais. Em sua conta no Twitter, ele informou que a decisão ocorre “diante dos recentes acontecimentos no Congresso” e após conversas com líderes do centrão.

Justiça
A realização do Enem também foi alvo de questionamentos judiciais. Nesta segunda-feira (18) a Defensoria Pública da União (DPU) entrou com recurso no Tribunal Regional Federal da 3ª Região pedindo que a decisão de manter o exame durante a pandemia do novo coronavírus seja revista.

Em abril, o órgão conseguiu uma liminar favorável ao adiamento das datas da prova, mas a medida foi derrubada pelo desembargador Antônio Cedenho atendendo a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU).

O Enem é importante não só para os alunos ingressarem em universidades brasileiras como também em Portugal.

Na última semana, o Brasil fechou acordo com o Instituto Português de Administração de Marketing (IPAM), do Porto, para também aceitar as notas do Enem para ingresso de alunos brasileiros em cursos de educação superior. Já são 50 universidades portuguesas que adotam o Enem como forma de seleção.

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