Fundação Roberto Marinho recebe prêmio português

A Fundação Roberto Marinho recebeu no dia 26 de setembro, em Portugal, o prêmio concedido pela Fundação Luso-Brasileira, na categoria Política e Responsabilidade Social. A premiação é resultado do trabalho desenvolvido para a criação do Museu da Língua Portuguesa, inaugurado em 20 de março de 2006, em São Paulo. O presidente da Fundação Roberto Marinho, José Roberto Marinho, foi a Portugal receber a premiação. Os outros vencedores do prêmio foram: José Aparecido de Oliveira, vencedor da categoria Cultura e Ciência; Natura, na categoria Atividade Empresarial; e a maestrina portuguesa Joana Carneiro, vencedora da categoria Revelação. A festa teve o tom da mistura cultural entre os países lusófonos. Durante o evento, fizeram dobradinha a cantora de fado Kátia Guerreiro e Ney Matogrosso. O angolano Waldemar Bastos se apresentou com Alcione e o português Rui Veloso dividiu o palco com Vanessa da Mata. Para fechar a noite, a moçambicana Marisa cantou seus fados acompanhada de Jacques e Paula Morelenbaum.

 

Prêmio Política e Responsabilidade Social

A homenagem da Fundação Luso-Brasileira à Fundação Roberto Marinho destaca seu trabalho realizado na criação do Museu da Língua Portuguesa. Com seis meses de existência e mais de 300 mil visitantes, já se apresenta como um dos mais concorridos espaços culturais brasileiros. Este é o primeiro museu totalmente dedicado a uma língua no mundo e reserva lugar para a mistura das culturas dos países que falam português. A Fundação Roberto Marinho foi a responsável pela realização, ao lado da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, do Museu da Língua Portuguesa.

 

Além da execução das obras de restauro da fachada da Estação da Luz, prédio centenário que abriga o museu localizado no centro de São Paulo, a Fundação também assumiu o desenvolvimento de todo o conteúdo apresentado, coordenando um time formado por especialistas em língua portuguesa, artistas, intelectuais, museógrafos, arquitetos e designers. Tendo o idoma como fio condutor, o Museu da Língua Portuguesa é um espaço interativo, dedicado a pessoas de todas as faixas etárias e onde brasileiros e lusófonos vão se reconhecer nos muitos espaços expositivos. A Praça da Língua, por exemplo, apresenta uma antologia em língua portuguesa que reúne, entre outros, Monteiro Lobato, Chico Buarque, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade, Camões e Guimarães Rosa. Já a Galeria das Palavras Cruzadas conta um pouco mais da mistura que formou o português falado no Brasil. Ela mostra palavras de origem tupi, africanas, espanholas, alemãs, italianas, francesas e inglesas que foram incorporadas ao idioma nacional. O Museu da Língua Portuguesa tem ainda um painel que conta a história da Língua Portuguesa falada no Brasil e um mapa com os sotaques dos brasileiros de todos os estados. No Beco das Palavras, adultos e crianças se divertem com um jogo que permite aos participantes formar palavras. Muitas vezes, eles se surpreendem com sua origem e seu significado. O projeto, orçado em R$ 37 milhões, é fruto da parceria entre Ministério da Cultura, Governo do Estado de São Paulo – por meio da Secretaria de Estado da Educação -, IBM do Brasil, Petrobras, Correios, TV Globo, Instituto Vivo, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Votorantim e AES Eletropaulo, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian. A realização é da Fundação Roberto Marinho e da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo e conta com o incentivo da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

 

Fundação Roberto Marinho

Prestes a completar 30 anos, a Fundação Roberto Marinho é uma instituição sem fins lucrativos que tem na educação seu principal foco de atuação. Seus projetos, viabilizados a partir de parcerias com instituições públicas e privadas, são voltados para a educação formal e informal e para o patrimônio histórico, cultural e natural brasileiro. Uma das principais iniciativas que desenvolve é o Telecurso 2000. Lançado em 1995, o projeto busca corrigir a defasagem idade/série que afeta milhares de pessoas em todo o país. Em 2006, com mais de cinco milhões de alunos atendidos, o Telecurso terá seu conteúdo ampliado. Ainda na área de educação, a Fundação Roberto Marinho criou projetos como o Multicurso – que investe na formação continuada de professores -, e o Telecurso Técnico – com cursos modulares de nível técnico. Na área de patrimônio, a Fundação Roberto Marinho já desenvolveu mais de 80 projetos, que vão da recuperação de igrejas centenárias a iniciativas que associem o restauro com o desenvolvimento de projetos de sustentabilidade desses monumentos. Essa proposta norteou, entre outros, a criação do Museu da Língua Portuguesa, que ocupa o edifício da Estação da Luz, em São Paulo; e a Casa da Cultura, que funciona em um sobrado colonial em Paraty (RJ). Já em meio ambiente, as iniciativas são voltadas para a educação e a formação de jovens conscientes da importância do patrimônio natural brasileiro. Nesta linha, uma série que já conta com três projetos tem tratado cada ecossistema do país com especial atenção. São eles, o Tom da Mata, o Tom do Pantanal e o Tom da Amazônia, que estão presentes em milhares de escolas públicas.

 

Fundação Luso-Brasileira

A Fundação Luso-Brasileira para o Desenvolvimento do Mundo de Língua Portuguesa é uma instituição portuguesa criada para promover e apoiar iniciativas de caráter cultural, educativo, científico, empresarial e assistencial. Seu foco de atuação principal está em Portugal e no Brasil, mas seus projetos também são voltados para todos os países lusófonos. Com sede em Lisboa, é presidida por João Oliveira Rendeiro. O prêmio criado em 2005 para destacar talentos das culturas lusófonas é apenas uma das iniciativas da Fundação Luso-Brasileira. Além de manter um calendário de exposições culturais em sua sede, a Fundação organiza anualmente fóruns no Brasil e em Portugal que promovem uma análise social, política e econômica dos dois países.

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