Fernão de Magalhães: Navegador teve “a seu cargo a mais difícil e longa” viagem marítima

Da Redação
Com Lusa

Fernão de Magalhães teve “a seu cargo a mais difícil e longa viagem marítima da história” defende o escritor João Morgado, considerando que “a força e a personalidade” do navegador português permitiram concretizá-la.

“Foi uma viagem que marcou todo o mundo (…) Fernão de Magalhães foi o primeiro homem a assumir a forma global do nosso planeta e a circundá-lo e teve a seu cargo a mais difícil e longa viagem marítima da história que permitiu alcançar com êxito aquilo que Cristóvão Colombo só tinha sonhado que era chegar à Ásia através do Ocidente”, argumentou o poeta e romancista.

No seu livro “Fernão de Magalhães e a Ave-Do-Paraíso”, apresentado nesta terça-feira, João Morgado acompanha o navegador português nos seus projetos, sonhos e frustrações recreando todo o ambiente presente na viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães.

Considerado um romance, este livro é um “convite para que as pessoas viajem no barco com Magalhães e sintam toda a dureza desta viagem”, salientou o escritor.

“Quando escrevo sobre a história de Portugal, não é com uma melancolia daquele império que perdemos. É uma tentativa de clarear o nosso ADN. Dizer que na nossa gênese estão pessoas que são aventureiras, conquistadoras e isso acho que é uma boa marca para enfrentarmos o futuro”, considerou João Morgado.

O poeta ressaltou que ao longo da construção do seu livro ficou surpreendido, sobretudo com a personalidade de Magalhães que, apesar de ter todo o conhecimento marítimo dos portugueses e contar com o apoio do rei de Castela para poder navegar, só foi possível realizar a viagem graças à “sua personalidade forte” que manteve a frota unida, após alguns contratempos.

“Era um homem com alguma rudeza, porque foi um homem que viveu inteiramente para o combate e era um militar do rei (…) um homem dos campos de batalha”, descreveu João Morgado.

O escritor referiu ainda que Fernão de Magalhães era “um homem muito persistente com as suas ideias” com “uma fé católica e também dele próprio” que “lhe deu força para uma empreitada tão difícil quanto esta”.

“Eu não deixo de me espantar com o que estes homens conseguiram fazer. Não deixo de me orgulhar com esta gesta de heróis do nosso povo”, sublinhou.

Para João Morgado, esta “é uma viagem das mais duras” que já relatou e “só a confiança” do navegador português “conseguiu arrastar aqueles homens para o outro lado do mundo”.

O livro “Fernão de Magalhães e a Ave-Do-Paraíso” apresentado hoje no Planetário Calouste Gulbenkian, em Lisboa, fecha as obras biográficas da Trilogia dos Navegantes.

João Morgado é autor da obra “Vera Cruz”, um romance biográfico de Pedro Álvares Cabral e a sua chegada ao Brasil e “Índias” sobre Vasco da Gama e a sua viagem até à Índia.

Há 500 anos, o veterano navegante português Fernão de Magalhães e o experiente marinheiro basco Juan Sebastián Elcano foram os protagonistas de uma gesta que, pela primeira vez, interligou todo o planeta e abriu caminho à globalização mercantil.

A história foi contada por diversos dos seus protagonistas, com destaque para o cartógrafo e cronista italiano Antonio Pigafetta (1491-1534), que deixou um relato minucioso da expedição marítima que deu a volta ao mundo, mesmo que não tenha sido planeada para esse efeito.

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