Exposição “Infinito Vão” em Matosinhos cruza arquitetura com música brasileira

Da Redação
Com Lusa

A exposição “Infinito Vão – 90 anos de arquitetura brasileira”, na Casa da Arquitetura, em Matosinhos, acolhe entre quinta e domingo, eventos que cruzam a música e a arquitetura, tendo como convidado o musicólogo Zuza Homem de Mello.

“Existe hoje em dia uma tendência das exposições no sentido de efetuar uma transversalidade com outras artes porque dessa maneira, não se focando unicamente na arte temática dessa exposição, consegue-se aumentar o conhecimento de quem vai”, disse à Lusa o também crítico musical de 85 anos.

O musicólogo afirmou que há “uma proximidade muito grande” entre a música e a arquitetura, dando como exemplo os diversos “termos técnicos que são usados tanto na arquitetura quanto na música” como a “altura, a composição, a escala, a harmonia, a textura, a acústica” e ainda “arriscou” dizer o ritmo, pois “a arquitetura tem que ter um certo ritmo”.

De acordo com Zuza Homem de Mello, a relação entre estas duas formas de arte reflete-se ainda nos “casos curiosos de estudantes de arquitetura que no meio dos seus cursos decidiram ser músicos” dando o exemplo de António Carlos Jobim e Chico Buarque, “dois dos principais músicos brasileiros que fizeram isso”.

A exposição inaugurada em setembro do ano passado e patente até ao final de abril vai receber na quinta-feira uma aula musicada por Zuza Homem de Mello sobre a história “da canção brasileira desde os primórdios, nos anos 20 do século passado, até aos nossos dias”, denominada “90 Anos da Canção Brasileira, 1928 – 2018”, divulgou a instituição no comunicado de imprensa.

Na sexta-feira, a Casa da Arquitetura vai receber o concerto “Músicas Brasileiras, Músicos Portugueses”, que junta a Orquestra de Jazz Matosinhos, dirigida por Pedro Guedes, com curadoria de Zuza Homem de Mello, e bateria de Kiko Freitas.

Zuza Homem de Mello explica que em conjunto com os músicos portugueses criaram “um repertório que pudesse ser bem abrangente, tem choro, tem frevo, tem samba e outros gêneros musicais” e no fundo constitui “um painel da canção brasileira”.

Nestes quatro dias de “conferências, visitas guiadas, debates, lançamentos de livros e atividades para crianças e famílias” destaca-se ainda a exibição do documentário “Zuza Homem de Jazz”, no sábado, e um ato poético inspirado na escritora brasileira Clarice Lispector pela atriz Camila Pitanga, no domingo.

Também vão ser lançadas as versões portuguesa e inglesa do catálogo “Infinito Vão” com a presença dos curadores brasileiros Fernando Serapião e Guilherme Wisnik.

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