Estado português age para combater “apropriação abusiva” da camisa poveira

Da Redação Com Lusa

O Estado Português, através do Ministério da Cultura, anunciou nesta sexta-feira que pretende acionar meios judiciais para combater a “apropriação abusiva” da camisola poveira, por parte de uma estilista norte-americana.

“A ministra da Cultura, Graça Fonseca, tomou a iniciativa de solicitar a identificação das vias judiciais e extrajudiciais ao dispor do Estado português para defender a camisola poveira enquanto património cultural português”, traz comunicado emitido pelo ministério.

No mesmo texto, a tutela garante que “fará o que estiver ao seu alcance para que quem já reconheceu publicamente o seu erro não se demita das suas responsabilidades e corrija a injustiça cometida, compensando a comunidade poveira”.

“O Governo prossegue, assim, o seu compromisso de continuar a levar a cabo todos os esforços pela valorização, proteção, preservação e salvaguarda do património imaterial português”, acrescenta o comunicado.

Ouvido pela agência Lusa, o presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, do distrito do Porto, explicou que, juntamente com o Ministério da Cultura, está a ser estudada uma “ação judicial, junto do Tribunal de Nova Iorque, para exigir a reparação dos danos para a cultura portuguesa e da Póvoa de Varzim”.

Em causa está uma ‘cópia’ da tradicional camisola poveira, peça de vestuário típica da comunidade piscatória local, que foi lançada na coleção da estilista norte-americana Tory Burch, e inicialmente promovida com uma peça de inspiração mexicana.

Desculpas

Depois da repercussão, a marca norte-americana divulgou um comunicado pelas redes sociais pedindo desculpas aos portugueses.

A Tory Burch declarou que o “erro está a ser corrigido”, e que irá não só “honrar a camisola, que foi inspirada nas tradições portuguesas”, como “dar um novo reconhecimento a esta importante tradição”, trabalhando “com o Município da Póvoa de Varzim”, no sentido de “apoiar os artesãos locais”.

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