Encontro de Cátedras Camões no Brasil abre exposição inédita em Belém do Pará

Mundo Lusíada

O Presidente do Camões, I.P., Luís Faro Ramos, participou no dia 14 de outubro de 2019, na Universidade Federal de Belém do Pará, do segundo Encontro de Cátedras Camões no Brasil.

O encontro contou ainda com o Embaixador de Portugal em Brasília, Jorge Cabral, a Conselheira Cultural da Embaixada de Portugal em Brasília e o Reitor da Universidade Federal do Pará, Emmanuel Tourinho.

O encontro proporcionou a partilha de experiências e planos de trabalho das seis cátedras Camões existentes no Brasil: Belém do Pará, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Salvador da Bahia. Além de compartilhar resultados das atividades desenvolvidas pelas cátedras, os responsáveis discutiram possibilidades de colaboração e perspectivas para 2020.

Criada em 2018, a Cátedra “João Lúcio de Azevedo” (Camões, I.P. | UFPA) tem o objetivo de estreitar os laços de cooperação entre instituições de pesquisa brasileiras e portuguesas.

O nome da cátedra é uma homenagem a um dos maiores historiadores lusitanos com atuação no mundo amazônico e enfatiza os estudos nos campos da História e da Cultura, bem como as suas interfaces com os estudos de patrimônio, literatura, artes, urbanismo e áreas afins. Segundo a universidade, a Cátedra Camões, I.P. | UFPA desenvolve atividades que promovam e disseminem a história e a cultura luso-amazônica no Pará.

Nesse sentido, integrou a agenda oficial da Reunião Anual das Cátedras a abertura da exposição “Maria da Glória: Princesa do Grão-Pará e Rainha de Portugal”, que relembra os 200 anos de nascimento da rainha e as relações culturais luso-amazônicas do século XIX. A abertura aconteceu na noite do dia 14, na sede do Instituto Histórico e Geográfico do Pará (IHGP), em Belém.

A vida e a história de D. Maria II, princesa da província mais importante do Brasil Imperial, o Grão-Pará, e segunda mulher a ocupar o trono de Portugal, são apresentadas ao público paraense em exposição inédita.

Com apoio do Vice-Consulado de Portugal em Belém, a exposição pode ser visitada até 29 de novembro, de segunda a sexta-feira, no horário das 8h30 às 17h.

Exposição

Ao chegar ao IHGP, o público é convidado a fazer um passeio cronológico pela vida de D. Maria II, desde seu nascimento, quando foi nomeada princesa do Grão-Pará, passando pelos acontecimentos políticos que marcaram a história de Portugal e a vida da princesa, até seu falecimento precoce aos 34 anos de idade.

A área expositiva abrange duas salas no andar térreo do IHGP, integradas ao espaço da capela existente no prédio. A história da rainha é narrada por meio de painéis expositivos, com imagens e textos, fragmentos de cartas e peças do acervo permanente do Instituto, como o busto de D. Maria II, um painel de D. Pedro I, além de mobiliário do período imperial no Brasil.

A professora Maria de Nazaré Sarges destaca o caráter inédito da exposição: “Desconheço outra exposição dessa natureza ter ocorrido no Brasil. D. Maria II foi uma rainha que, antes do seu reinado, recebeu o título de princesa da província mais importante do Império à época: Grão-Pará. Acredito que uma exposição é a melhor forma de contar a sua história”. Segundo a professora, há, ainda, planos de tornar a exposição itinerante por outras cidades brasileiras, especialmente pelas que têm as cátedras Camões.

D. Maria II nasceu no dia 4 de abril de 1819, no Paço Real de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, recebendo o nome de Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isidora Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga, a princesa da Beira. Era a filha mais velha do imperador brasileiro D. Pedro I e da imperatriz Maria Leopoldina, da Áustria.

No ano seguinte da nomeação, seu pai abdicou do trono de Portugal em seu favor. Nessa época, sua mãe já havia falecido e sua mão havia sido prometida ao tio, D. Miguel, que deu um golpe para tomar posse do trono em 1828. Aos nove anos, foi enviada para a Europa para estudar e defender os seus direitos ao trono. Somente em 1834, tendo já completado 15 anos de idade, assumiu em definitivo seu posto de monarca, sendo a única rainha na Europa nascida fora do continente.

O reinado de Maria da Glória foi marcado por grandes acontecimentos, como a Guerra Civil, a Revolução de Setembro, a Belenzada, a Revolta dos Marechais, a Revolução da Maria da Fonte e a Patuleia. Um dos marcos de sua atuação como rainha foi a posição contrária ao tráfico de escravos. Também implementou medidas importantes em Portugal, como a institucionalização do ensino primário gratuito, o fim do tráfico de escravos nas colônias portuguesas e a abolição da pena de morte. Foi ainda responsável por criar o primeiro passeio público, quando, pela primeira vez em Portugal, nobres e plebeus poderiam interagir.

Além do primeiro marido, Maria da Glória se casou outras duas vezes e teve 11 filhos, criados com D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha, com quem foi casada até falecer, em 1853, aos 34 anos, devido a complicações no parto de seu último filho.

A curadoria da mostra é dos professores da UFPA Maria de Nazaré Sarges, diretora da Cátedra Camões, I.P. | UFPA, e Aldrin Moura de Figueiredo, coordenador do Grupo de Pesquisa em História Social da Arte. A expografia é da doutoranda Thais Zumero Toscano e do mestrando Luis Augusto Barbosa Quaresma, ambos discentes do Programa de Pós-Graduação em História (PPHIST) da UFPA, e a montagem é do artista plástico José Fernandes (Zoca).

Exposição “Maria da Glória: Princesa do Grão-Pará e Rainha de Portugal” inaugura no dia 14 de outubro, às 19h, no…

Publicado por Embaixada de Portugal em Brasília em Sábado, 12 de outubro de 2019

 

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