Em São Paulo, pesquisadora de Coimbra defende a partilha de conhecimento para enfrentar a crise

Por Vanessa Sene
Mundo Lusíada

A Dra. Leonor Cardoso (ao centro) entre os demais participantes do seminário e diretores da Universidade Metodista de SP.

Em 18 de junho, aconteceuem São Pauloa Conferência Internacional de Psicologia e Gestão Diálogo Brasil-Portugal, tratando dos assuntos de Gestão do Conhecimento e processos de sucessões. O evento aconteceu na Universidade Metodista de São Paulo,em São Bernardodo Campo, e contou com a presença da pesquisadora da Universidade de Coimbra, Leonor Cardoso, falando sobre as semelhanças e diferenças entre Brasil e Portugal na área de Gestão do Conhecimento.

Dra. Leonor, psicóloga pela Universidade de Coimbra, pesquisadora responsável por Gestão do Conhecimento, defendeu que a partilha de conhecimento entre as organizações seria muito benéfico para enfrentar a crise em Portugal. “Eu julgo que em todos os momentos a cooperação é melhor do que a competição. Quando a situação se complica, quando as dificuldades crescem, quando a crise surge com a gravidade com que neste momento surge, não há como não juntar esforços e não lutarmos todos para sobreviver, fazendo mais e melhor” defende a pesquisadora da Universidade de Coimbra.

“A lógica da cooperação e da partilha do conhecimento estou certa que é uma das saídas para a crise, porque unimos o que temos de melhor todos e em conjunto mais facilmente atingimos as nossas metas” acrescenta Leonor Cardoso, que iniciou a sua palestra cumprimentando o Brasil por dar “exemplo ao mundo de como crescer”.

Primeiramente, diz, o que foi feito é conhecer a realidade das empresas, o estudo foi desenvolvido na região centro do país, procurando ver como as empresas estão atuando em parcerias, e quais destas parcerias têm alcançado um melhor resultado. “Vamos começar a mostrar o que já está sendo feito. O que já se sabe, o setor do calçado em Portugal é um dos setores menos afetados pela crise, é um dos setores onde a cooperação entre as organizações vem acontecendo há mais tempo, há cerca de 10 anos. Por alguma razão, eles estão um pouco melhor” conta Dra. Leonor defendendo o crescimento em conjunto para enfrentar a crise.

“Mostrando os bons exemplos, as boas práticas, quem sabe vamos criando uma onda maior de cooperação contra a competição. Ou então afirmando a ‘coopetição’, que é cooperar para continuar a competir” diz em entrevista ao Mundo Lusíada.

Na sua pesquisa, Dra. Leonor Cardoso apresentou semelhanças e diferenças entre Brasil e Portugal, na área de Gestão do Conhecimento. Ao Mundo Lusíada, ela afirmou que acredita em mais semelhanças do que diferenças entre os países irmãos. “Falando da Gestão do Conhecimento, que é o tema que me trouxe aqui, os processos que emergem no setor industrial onde pudemos fazer comparação, porque não temos dados de outros setores, os processos se configuram mais ou menos da mesma maneira. O que é diferente neles é a relação entre as diversas variáveis do modelo global” afirma.

“Acho que é uma cultura que emerge de raízes partilhadas e que de alguma forma resulta em formas semelhantes de gerir e olhar as pessoas, de olhar o negócio. E também já existe uma globalização que de alguma forma atenua as diferenças do comportamento das grandes empresas no Brasil e em Portugal” diz ela que participou da pesquisa a partir da Universidade de Coimbra com 13 grandes indústrias do setor alimentar, em todo território brasileiro, finalizando uma pesquisa em conjunta nos dois países, para saber como as questões da liderança no meio cooperativo acontecem em Portugal e no Brasil.

Durante sua palestra, ela trouxe números que no Brasil é maior do queem Portugal. Deacordo com Cardoso, o Brasil tem uma política mais informal,mas quando se fala em cultura organizacional, as praticas formais são mais fortes do Brasil do que em Portugal, conseguindo controlar melhor o comportamento pela cultura das empresas.

A visita dos acadêmicos portugueses surgiu a partir de contatos prévios com a instituição de ensino brasileira, já que uma das docentes da Metodista já esteve na Universidade de Coimbra há dois anos, e os mesmos docentes portugueses foram convidados a palestrar na instituição anteriormente. “Dessa vez, os docentes da Metodista souberam que viríamos de novo para outras atividadesem São Paulo, e pediram para vir de novo fazer esta palestra aqui”.

Participaram ainda do seminário Nuno Rebelo dos Santos, da Universidade de Évora, abordando “Coaching Profissional: paradoxos na investigação e na prática”; e Joel Souza Dutra, da Universidade de São Paulo, com o tema “Processos de orientação associados a processos sucessórios nas empresas brasileiras”.

Os docentes portugueses permaneceram durante a mesma semanaem São Paulo. DeLisboa, foram para Belém do Pará, onde estiveram conversando com universidades e algumas empresas, e após a palestra na Universidade Metodista, seguiram para a Escola de Marketing Industrial de São Paulo, antes de regressar a Portugal.

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