Por Igor Lopes
Com patrocínio do Banco Caixa Geral Brasil, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro foi palco de um show memorável – e inédito – na noite do último dia 12, no Centro do Rio. Num ambiente centenário, dezenas de pessoas ouviram o melhor do fado, pela voz de Mariza, e o inconfundível tom de Milton Nascimento. O dueto só foi possível graças à comemoração do lançamento do Ano de Portugal no Brasil no cenário carioca. O show já havia passado pela capital brasileira e por Belo Horizonte.
Em palco Mariza era um show à parte. Com uma presença de palco perfeita, a fadista reuniu o gingado africano, o rigor português e a simpatia brasileira. O resultado não poderia ser outro: muitos aplausos e sucesso na apresentação na cidade maravilhosa. O repertório contou com canções conhecidas dos fãs de Mariza. “Ó gente da minha terra” e “Barco Negro” não poderiam faltar. Mariza mostrou simpatia e fez de tudo para se aproximar do público. Chegou a cantar músicas com sotaque brasileiro, o que motivou a ira de uns e os aplausos, de outros.
Milton Nascimento não se intimidou e levou ao palco músicas clássicas da sua carreira, como “Travessia” e “Canção da América”. Aos 70 anos, o molejo de Milton não é o mesmo da época de ouro da MPB, mas a entonação em nada está afetada. No final da noite, ocorreu o esperado dueto entre Brasil e Portugal. Na despedida, houve quem esperasse o retorno dos cantores, mas a noite havia acabado definitivamente.
Comoção marca show no Rio
Na platéia, Ricardo Nicolay, de 25 anos, assistia, emocionado, ao espetáculo. Para ele, que pesquisa fado, a noite do show foi “mágica” e também um bom laboratório de estudos.
“Para mim foi emocionante ver e ouvir toda a beleza do fado no Theatro Municipal. Desde os tempos de Amália que o fado não tem repercussão no Brasil. Mariza colocou os brasileiros da platéia para cantarem o fado, mostrando a importância do intercâmbio cultural entre Brasil e Portugal. Um verdadeiro espetáculo”, avalia Ricardo.
Marcelo Fernandes, 43, é luso-descendente e esteve no Municipal acompanhado da esposa Graziela Beltrami, 40, que é de descendência açoriana e italiana. Essa beleza de mistura cultural levou o casal ao show da Mariza, que acabou sendo um presente de valor inestimável.
“O show foi emocionante e intimista. Ela simplesmente mostrou o seu talento e encantou o público. Os fados que ela cantou nos remeteram a boas lembranças”, afirma Marcelo.
Ana Pereira Lopes, 56, também era só elogios à Mariza. Segundo Ana, o que ela viu foi emocionante e vibrante. “Ao ouvir as canções, me senti numa casa tradicional de fados em Lisboa. Toda a atmosfera nos remetia a Portugal e a sua cultura”, refere Ana.
Mariza quis apresentar um país moderno
Em entrevista ao Mundo Lusíada, Mariza afirmou que o Ano de Portugal no Brasil é fundamental para mudar a imagem lusitana por aqui. “Acho que a importância desse evento no Brasil é dar a conhecer um Portugal diferente”, refere a protagonista da noite.
Mariza, que se apresentou em Brasília, Belo Horizonte e Rio, protagonizou um dueto inédito. Após cantar ao lado de Milton Nascimento, ela disse ter realizado um sonho.
“Eu já conhecia o Milton. Estou orgulhosa de partilhar o palco com uma figura maior da música brasileira. Gosto do Milton como compositor e cantor. Quando o conheci em Lisboa, fiquei fascinada e pensei como seria bom, um dia, partilhar o palco com ele. E aconteceu”, sublinha a cantora, que diz gostar do som dos brasileiros Maria Gadú, Zélia Duncan, Roberto Carlos, Caetano Veloso, Chico Buarque, Mariza Monte, Clara Nunes, entre muitos outros.
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