Com centenas de inscrições, congresso internacional aborda 20 Anos do Nobel de Saramago

Mundo Lusíada
Com agencias

De 8 a 10 de outubro, o Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra e a Câmara Municipal de Coimbra realizam, no Convento São Francisco, o congresso internacional “José Saramago: 20 Anos com o Prêmio Nobel”.

Na abertura, dia em que passam 20 anos da atribuição do Prêmio Nobel da Literatura a José Saramago, a sessão de abertura é seguida por um dos momentos altos do congresso: a apresentação do Último Caderno de Lanzarote, inédito saramaguiano descoberto em julho passado.

Do programa constam quatro conferências plenárias, com as intervenções de Teresa Cristina Cerdeira (Universidade Federal do Rio de Janeiro), David Frier (University of Leeds), Roberto Vecchi (Università di Bologna) e Carlos Reis (Universidade de Coimbra), e três mesas plenárias. Durante os três dias haverá ainda lugar à apresentação de cerca de 60 comunicações.

Contando já com mais de duas centenas de inscrições, o congresso pretende reunir professores, pesquisadores, estudantes e público em geral. Além do programa científico, o congresso contará com duas atividades paralelas: dia 10 de outubro, após o encerramento do congresso por Pilar del Río, presidente da Fundação José Saramago, será representada uma adaptação dramatúrgica de O Ano da Morte de Ricardo Reis, pela companhia Éter – produção cultural, e, durante o congresso, serão entregues os prêmios de um concurso de ensaios sobre Saramago destinado a estudantes do ensino secundário.

Segundo Carlos Reis, coordenador do CLP e membro da comissão executiva, o congresso pretende constituir uma oportunidade para reler a obra de Saramago e para discutir vários temas, como as representações da História em José Saramago, as suas personagens e alegorias, a obra poética, dramática e jornalística do autor, bem como as adaptações da sua obra a outros formatos, as polêmicas em torno do autor e a sua fortuna crítica.

Pilar Del Rio

Exposições, conferências e recitais integram as comemorações sobre a data que Pilar Del Rio considera serem “as adequadas”, defendendo que “não há maior comemoração que a leitura”.

“Temos o dever de gratidão, de comemorar e de lembrar quem nos deu tanto”, afirmou Pilar Del Rio em Óbidos, no distrito de Leiria, onde hoje os 20 anos da atribuição do Prêmio Nobel da Literatura a José Saramago foram assinalados na primeira conversa do Folio – Festival Literário Internacional de Óbidos.

A companheira de muitos anos do escritor português ainda falou sobre as duas obras que serão lançadas no Congresso Internacional de Coimbra: “Último Caderno de Lanzarote” (Porto Editora), um diário inédito do autor, descoberto casualmente por Pilar del Rio já depois da morte do autor em 2010, e “Um país levantado em alegria”, de Ricardo Viel, que relata os bastidores da atribuição do prêmio Nobel.

Além destes dois livros, está ainda previsto o lançamento de “Por Saramago”, de Anabela Mota Ribeiro, numa edição da Temas e Debates, mas cuja apresentação não tem ainda data definida.

A iniciativa, organizada pelo Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra, em coorganização com a câmara local (com os apoios da Reitoria da Universidade de Coimbra, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, da Fundação José Saramago e da Porto Editora), será “uma de muitas” a realizar “em Lisboa, no Porto, em Azinhaga (Golegã) e em muitos outros locais”, acrescentou em entrevista à Lusa.

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