Brasil contemporâneo em destaque no festival de quadrinhos de Amadora

Da Redação
Com Lusa

O Brasil contemporâneo, pelos olhos de autores de histórias em quadrinhos, está em destaque na 29ª edição da Amadora BD, inaugurada sexta-feira na região metropolitana de Lisboa, dois dias antes das eleições presidenciais brasileiras, cujo resultado afeta “certamente o mundo inteiro”.

“Era uma vez um país…maravilhoso” é a exposição central da 29.ª edição do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, o Amadora BD, inaugurada no Fórum Luís de Camões e tem o Brasil como país convidado. “[O Brasil] foi escolhido tendo em conta o momento que vivemos no mundo”, referiu o diretor do festival, Nelson Dona, em declarações à agência Lusa, acrescentando que “aquilo que acontecer no Brasil vai certamente afetar o mundo inteiro”.

A mostra reúne trabalhos de “autores contemporâneos brasileiros, que falam de temas contemporâneos brasileiros, temas estruturantes e temas fraturantes”.

Entre os temas abordados estão as eleições presidenciais no Brasil, cuja segunda volta acontece este domingo, estando vertidas em ‘quadrinhos’ as manifestações contra um dos candidatos, o conservador Jair Bolsonaro.

O outro grande destaque desta edição é a exposição de trabalhos de Francisco Sousa Lobo, vencedor do Prêmio Melhor Álbum Português da edição do ano passado do AmadoraBD, com “Deserto/Nuvem”.

“Descobrimos partes da obra dele que são desconhecidas, visto que ele vive em Londres [desde 2005] e há publicações que só existiam em Inglaterra”, referiu Nelson Dona.

Estas duas exposições estão situadas no primeiro andar do Fórum Luís de Camões, num espaço habitualmente usado para acolher competições desportivas.

No mesmo piso, está também uma exposição de trabalhos premiados este ano em festivais internacionais e uma feira do livro, onde é possível encontrar-se “novidades em Portugal e também estrangeiras”, e na qual está “presente a maior parte dos autores portugueses e estrangeiros”.

Também decorrem as sessões de autógrafos com “autores do mundo inteiro e [com] portugueses”.

Já no piso subterrâneo, que funciona habitualmente como parque de estacionamento, é possível visitar-se, entre outras, a exposição “de homenagem, quer ao autor de BD quer ao cineasta” Artur Correia, que morreu em março deste ano, e cuja obra “é propriedade da Câmara Municipal da Amadora”.

É também neste piso que estão as exposições criadas em torno das obras “Bruma”, de Amanda Baeza, “Watchers”, de Luís Louro, e “Lince Ibérico”, de Nádia e Tiago Albuquerque, bem como a mostra “Ano Editorial Português 2017-18”, com o que de melhor se fez em Portugal nas áreas de ilustração e BD ao longo do último ano, e a exposição dos trabalhos do Concurso Nacional de Banda Desenhada, promovido pelo festival.

Além disso, há “programações de animação, em torno da banda desenhada, para profissionais, semiprofissionais ou famílias”.

O Amadora BD é organizado, desde a 1.ª edição, pela Câmara Municipal da Amadora.

Para o vereador da Cultura da autarquia, Agostinho Marques, o festival tem uma “importância primordial” para a cidade, “não só sob o ponto de vista cultural, mas também social e econômico”.

“Trata-se de um evento icônico para a Amadora e o país. É o segundo maior festival [de BD] da Europa e um dos principais do mundo. Diria que somos a capital da BD”, afirmou o autarca, em declarações à Lusa. O Amadora BD pode ser visitado até 11 de novembro.

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