Vívian Vilela é uma artista plástica comum. No seu dia-a-dia procura momentos de inspiração que possam ajudar no seu próximo trabalho. Entre muitas idéias e pensamentos, esta pintora, que tem raízes em Peso da Régua, conta no seu acervo com dezenas de quadros no seu acervo pessoal. Um deles retrata o Outono em Lamego.
Nada de estranho, se essa paisagem não tivesse ao fundo o escadório de Nossa Senhora dos Remédios, o que, neste momento, pode ser compreendido como uma homenagem. Mas a investida rendeu frutos para além de bons quadros. Hoje em dia, Vívian confessa-se apaixonada pelo Douro, tendo já outros projetos em mente que envolvem as paisagens desta região.
Um misto de arte, beleza e devoção. É assim que Vívian Vilela descreve o seu quadro intitulado “Outono – Escadório de Nossa Senhora dos Remédios”, uma verdadeira obra de arte.
Esta artista plástica revive na sua pintura um estilo realista, com base nos elementos da natureza. O tema principal dos seus trabalhos é a natureza e as suas singularidades, como as flores e as paisagens.
Atualmente tem alguns trabalhos que contemplam várias paisagens reais e imaginárias. Uma delas tem a ver com o imaginário religioso de Lamego e as imagens que dão forma a tradição duriense.
Mesmo assim, confessa que a paisagem do Douro é uma das mais difíceis de se pintar.
“É muito difícil conseguir encontrar as cores perfeitas que retratam o Douro. Pois a sua natureza tem cores bem vivas e muito alegres”, revela Vívian, que já esteve no Douro dezenas de vezes, sendo surpreendida sempre pela beleza desta região.
No total, já participou em seis exposições na Régua. A primeira foi em 2001, no Hotel Régua Douro, sob o tema "Cenário do Douro".
Outras cinco foram realizadas no Cais da Régua, na loja “Ideias Douro”. Em 2002, deu ênfase ao rio, mostrando uma visão dimensional da ponte Miguel Torga. Como resultado, um dos seus trabalhos faz parte da coleção privada da Casa Museu Maria da Fontinha, em Castro Daire. A tela mostra uma visão “Panorâmica do rio Douro”.
Em 2003, participou da “II Artes do Douro”, no Cais da Régua, onde retratou os pormenores da estação de comboio da Régua.
Em 2004, participou na “3ª Arte Douro – Mostra de Artesanato Duriense”, onde o vitral da Casa do Douro e o barco Rebelo foram o tema principal. No ano passado, utilizou tinta da China para desenhar perfis da região e os seus socalcos, que mostram uma “arquitetura sem igual”, na exposição “Pinturas em Postais”.
Mas, em 2006, num período de reflexão recolhendo amostras e apontamentos dos perfeitos e rigorosos socalcos cultivados pela mão do homem, encontra no verde da região do Douro o tema do seu próximo trabalho.
Tem ainda várias exposições em diversos locais do País e da Europa. A sua arte é conhecida também no Brasil.
Vívian Vilela vive do amor pela sua pintura. Em tom de descoberta, promete pintar o mundo com mil cores, sempre a descolorir os pecados da alma e da amargura. Através de cores vivas, deixa para trás a tristeza dos dias menos ensolarados, guardando em si um profundo devaneio de traduzir os cantos mais belos do mundo. Por eleição e por gosto, a região do Douro revela-se a sua favorita na arte da pintura.
“Adoro pintar tradições e culturas. Acho que o Douro é o cenário perfeito para surgir um bom quadro que, para além das cores, esbanja história e vida”, finaliza esta artista.
Note-se que Vívian Vilela tem 48 anos, é cidadã luso-brasileira e é pintora autodidata desde os seus 12 anos. Veio para Portugal em 1991, reiniciou a pintura em 2000, tendo ingressado na Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA), em Lisboa, onde freqüentou os cursos de Pintura, Desenho e Iniciação a cor.
Conta no currículo com cerca de 52 exposições coletivas e 15 individuais, destacando-se internacionalmente em 2003, no Palácio de Beirute, numa iniciativa da UNESCO, 2004, no Líbano, no Kelekian Art Gallery, e, em 2005, nos Emirados Árabes Unidos, no Sharjah Art Museum.
A artista tem ainda participação na ilustração de alguns livros. Conceituada no meio artístico, Vívian Vilela vai estar, no próximo dia 16, a expor na Galeria Verney, em Oeiras, Lisboa. Em Outubro, vai participar na 12ª Exposição Internacional de Artes Plásticas, em Vendas Novas.