Acordo pode mudar ortografia da Língua Portuguesa

Ainda sem uma data definida, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa deve se reunir para estudar a proposta que mexe com as 360 mil palavras do português do Brasil, divulgou a Globo.

Com a iniciativa, o português escrito será unificado, sendo o mesmo no Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Timor Leste e São Tomé e Príncipe. Entre eles, Brasil, Cabo Verde e São Tomé já ratificaram o acordo, mas Portugal ainda não se pronunciou portanto ainda não está validado.

Algumas regras gramaticais podem desaparecer, assim como muitos acentos como trema, seria extinto. O alfabeto teria 26 letras. Apesar das mudanças na ortografia, as pronúncias típicas de cada país seriam mantidas.

Para o membro da Academia Brasileira de Letras, o acordo é positivo. "Vantagens culturais, de ordem política, vantagens de ordem de econômica até porque a língua portuguesa não terá duas vertentes em matéria de ortografia" afirmou Evanildo Bechara.

Se aprovado, depois das novas regras, inicia-se o período de transição das modificações junto aos Ministérios da Educação, Academias de Letras, associações e editores e materiais didáticos, para gradualmente reimprimir os livros e dicionários.

A terceira língua mais falada no Ocidente, depois do inglês e espanhol, a língua portuguesa irá ser mais facilmente divulgada e praticada com as novas regras. Além disso, permitirá facilitar critérios do idioma para exames e certificados internacionais.

Em Portugal – Para os portugueses, alteram principalmente as letras em palavras que não são pronunciadas como "acção", "baptismo", "húmido".

No Brasil – Os brasileiros deixarão de lado principalmente os acentos. Palavras como "vôo" e "abençôo", ou dos verbos "crêem", "lêem", deverão ser escritos sem o circunflexo. Trema também desaparece: "linguiça", "frequência". Antônio Houaiss Em sua obra, Antônio Houaiss (1915-1999) já havia chamado atenção para uma mesma ortografia em todos os países lusófonos.

O livro "Sugestões para uma política da língua", do intelectual brasileiro Houaiss defendia embasamentos comuns nos portugueses de Brasil e Portugal.

Filólogo, escritor, crítico literário, tradutor e diplomata, ele ocupou cargos importantes como a presidência da Academia Brasileira de Letras, Ministério da Cultura e foi também membro da Academia de Ciências de Lisboa.

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