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Foto Manuel de Almeida/Lusa
>> Fernando Ribeiro, (E) Sónia Tavares (C) e Paulo Praça (D) durante o concerto Amália Hoje acompanhada pela Orquestra Nacional Sinfónica da República Checa, no Coliseu dos recreios, em Lisboa, 05 de Outubro de 2009.
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Foi em 06 de outubro de 1999 que o mundo deu adeus à Amália Rodrigues. A embaixadora do fado, em Portugal e no mundo, é um dos grandes símbolos da cultura portuguesa. E para relembrá-la, diversos eventos e iniciativas foram promovidas em Portugal, em sua homenagem.
Entre 6 e 10 de outubro, exposições, tertúlias, concertos, projeção de filmes e teatro, fizeram parte da programação nos teatros São Luís, Museu Berardo, Fundação EDP – Museu da Eletricidade e Museu do Fado, celebrando a vida e a obra da grande fadista.O Teatro S. Luís acolheu um debate "Amigos de Amália", numa tentativa de compreender melhor uma artista complexa, sem afirmações de personalidade dos intervenientes, segundo a organização. Lá também decorreu o espectáculo "Fadistas cantam Amália", concebido pelo poeta e fadista Hélder Moutinho que procura recriar os serões de tertúlia e fados na casa da fadista.
No Coliseu dos Recreios, o programa "Amália Hoje" foi acompanhado da Orquestra Nacional Sinfônica da República Checa e do Coro de vozes que gravou em estúdio as canções pop de Amália.
Além disso, o Museu Colecção Berardo, em co-produção com a Fundação EDP – Museu da Eletricidade, trouxe a exposição "Amália, Coração independente", excerto do fado escrito pela própria e intitulado "Estranha forma de vida". A exposição traz fotografias de Amália Rodrigues que surgiram em capas de LP da grande fadista.
Rádio dedicada ao fadoEntre as iniciativas que marcam os 10 anos de sua morte, esteve ainda o lançamento de uma rádio exclusivamente dedicada ao Fado. A primeira rádio de fado e com um espaço aberto a todos os quiserem cantar músicas do gênero foi lançada dia 06, em Lisboa.
A nova rádio pode ser sintonizada na frequência 92.0 e promete se tornar um ponto de encontro do fado-canção, vadio ou tradicional e de fadistas já consagrados. A emissora, porém, abre espaço para novos talentos ou simples ouvintes que quiserem passar pela experiência de cantar fado ao vivo, explicou à Agência Lusa o administrador Luis Montez.Uma das características da rádio é a participação ao vivo de fadistas na programação, como é o caso desta terça-feira de inauguração, que contou com participação de Ana Moura, Carminho, Jorge Fernando, Mafalda Arnauth, Duarte, António Pinto Basto, entre muitos.Todas as tardes, entre 17h e 20h, entra no ar o programa "Casa de Fados", que será um espaço de divulgação de artistas consagrados já com discos lançados. À noite começa o "Amigos do Fado", com música de fadistas já conhecidos, mas também com a divulgação do que há de novo nas casas que tocam o gênero musical.
Este programa, comandado pelo especialista em fado Virgílio Pereira, tem a particularidade de, às quartas-feiras, ser dedicado ao fado vadio e permitir que "qualquer pessoa possa ir cantar fado ao vivo", acompanhada dos guitarristas disponibilizados pela rádio. "Dos que forem bons, gravamos alguns momentos e passamos ao longo do dia", acrescentou. A partir de janeiro, o administrador pretende começar a fazer transmissões ao vivo em casas de fado.
A ideia de fazer esta rádio surgiu da observação de um fenômeno registrado em uma emissora do Porto que tem um programa de fado na hora de almoço que é líder de audiência no horário há seis anos consecutivos. "Comecei a ver que havia uma apetência grande e que não existia nada assim, ainda por cima em Lisboa, a capital do fado", explicou o administrador da rádio, que lembrou ainda o sucesso das rádios de música country nos Estados Unidos e de samba no Brasil.
A rádio Amália, que pertence ao grupo Luso Canal – que detém a concessão das emissoras Capital, Marginal, Radar e Oxigénio -, conta com um total de 12 profissionais, entre eles jornalistas que entram no ar com noticiários ao longo do dia. A rádio Amália oferece transmissão para todo o mundo através do site www.amalia.fm.