Visita oficial: Portugal garante que “mal entendidos” com Angola estão ultrapassados

Mundo Lusíada
Com Lusa

Primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, e presidente angolano, no palácio presidencial durante sua visita oficial a Angola, 17 Novembro. Foto: BRUNO FONSECA/LUSA
Foto Arquivo: Primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, e presidente angolano. BRUNO FONSECA/LUSA

O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, garante que as relações com Angola estão a passar por “um momento alto” e que os “mal entendidos” com Luanda foram ultrapassados.

A posição foi transmitida pelo governante português no aeroporto 04 de Fevereiro, na capital angolana, ao encerrar a visita a Angola, iniciada no dia 12 de janeiro, que envolveu uma audiência com o Presidente angolano.

“Eu penso que esses mal entendidos [nas relações entre os dois países] foram muito exagerados, mas estão definitivamente sanados. Aliás, a amabilidade com o que o senhor Presidente José Eduardo dos Santos me recebeu, e a conversa que tivemos, foi claríssima a esse respeito”, enfatizou antes de regressar a Lisboa.

Rui Machete voltou a referir que, nas palavras do chefe de Estado angolano, “os aspetos menores” das relações bilaterais estão agora “ultrapassados”.

“É um novo ciclo que se inicia, muito positivo acho eu. Vou muito satisfeito com a receptividade que tive e as conversas que houve. E penso que do lado de Angola também houve o mesmo sentimento de satisfação. Portanto, estamos a viver um momento alto”, rematou o ministro.

Durante esta visita a Angola, o governante português reuniu-se ainda com os ministros das Relações Exteriores, Georges Chikoti, da Economia, Abraão Gourgel, e do Ensino Superior, Adão do Nascimento.

Dos dois dias de reuniões resultam também as preocupações assumidas pelos empresários portugueses em Angola, com os tempos necessários à aprovação de projetos ou concessão de vistos a trabalhadores nacionais.

O maior receio prende-se agora com possíveis atrasos nos pagamentos, face às dificuldades orçamentais de Angola com a forte quebra na cotação internacional do barril de petróleo.

Por outro lado, foi anunciado durante esta visita a realização em Luanda, no primeiro quadrimestre deste ano, de um fórum empresarial bilateral e o lançamento em simultâneo de um observatório das empresas dos dois países.

Paralelamente, os dois governos vão estudar a criação de vistos empresariais, tendo também definido que as reuniões entre a comissão bilateral ministerial terão lugar pelo menos uma vez por ano, para “monitorizar os problemas”.

Esta foi a primeira visita que Rui Machete realiza a Angola desde que assumiu a pasta da diplomacia portuguesa, e serviu para o “retomar das relações” entre Lisboa e Luanda, como assumiu recentemente o embaixador angolano em Lisboa, José Marcos Barrica.

Na agenda esteve, além das questões bilaterais, assuntos multilaterais de interesse regionais e internacionais, tendo em conta a presença de Angola no Conselho de Segurança das Nações Unidas, como membro não permanente do mesmo órgão.

A presidência em exercício angolana da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL), a segurança marítima na região do Golfo da Guiné, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a Guiné-Bissau e a cooperação entre Angola e a União Europeia são outros assuntos de interesse.

Na terça-feira, o dia foi quase todo dedicado à comunidade portuguesa, com visitas à embaixada e ao consulado geral de Portugal em Luanda e às instalações do instituto Camões e da AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal.

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