Da Redação
Com Lusa
O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, vencedor do Nobel da Paz deste ano, disse neste dia 11 sentir-se “honrado” e “encantado” e considerou que este foi “um prêmio dado à África”.
“Creio que outros líderes em África pensam que é possível trabalhar nos processos de construção da paz no nosso continente”, disse o jovem líder etíope, numa breve conversa por telefone com as instituições do Nobel.
Muitos etíopes já estão a manifestar a sua alegria com a entrega do prêmio Nobel da Paz ao primeiro-ministro reformista e alguns até estão a mudar as suas fotos de perfil, nas redes sociais, para a de Abiy Ahmed.
Mesmo aqueles que pressionaram Abiy a fazer mais, elogiam-no agora.
O ativista proeminente Jawar Mohammed diz que o prémio é “um reconhecimento merecido, por aquele responsável ter acabado com o impasse sem sentido com a Eritreia” e por encerrar um dos conflitos mais antigos de África.
Mas acrescentou que ainda resta muito trabalho para garantir a “transição pacífica e bem-sucedida da democracia na Etiópia”, alertando que as realizações regionais de Abiy dependem da paz interna de seu país.
O prêmio Nobel da Paz foi atribuído ao primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed Ali, informou o Comité Nobel norueguês.
De acordo com o comunicado divulgado pelo júri, o prêmio foi atribuído ao primeiro-ministro da Etiópia pelo “seu importante trabalho para promover a reconciliação, a solidariedade e a justiça social”.
O prêmio também visa reconhecer “todas as partes interessadas que trabalham pela paz e reconciliação na Etiópia e nas regiões leste e nordeste da África”, sublinha a nota.
“Abiy Ahmed Ali iniciou importantes reformas que proporcionam a muitos cidadãos a esperança de uma vida melhor e de um futuro melhor”, acrescenta o comunicado.
O Comité Norueguês do Nobel acredita que é agora que os esforços de Abiy Ahmed merecem reconhecimento e precisam de incentivo.
No ano passado, o prêmio foi atribuído ao médico congolês Denis Mukwege e à ativista de direitos humanos Nadia Murad devido aos esforços dos dois laureados para acabar com a violência sexual como arma nos conflitos e guerras de todo o mundo.
Esperança
O secretário-geral das Nações Unidas aplaudiu a atribuição pelo seu papel na reconciliação da Etiópia com a vizinha Eritreia, que disse alimentar a esperança de “estabilidade” na região.
O acordo de paz entre os dois países “abriu novas oportunidades para a segurança e a estabilidade na região e a liderança do presidente Ahmed forneceu um formidável exemplo aos países de África e de outros lugares que procuram superar as resistências do passado e colocar o interesse do povo em primeiro lugar”, afirmou o responsável da ONU, António Guterres, em comunicado, a partir de Copenhaga, onde participa num encontro de grandes cidades sobre o clima.
Guterres recordou que se refere frequentemente aos “ventos de esperança que sopram com mais força em África” e o primeiro-ministro etíope é uma das razões para isso.
O líder da Organização das Nações Unidas afirmou-se honrado por ter presenciado a assinatura do acordo de paz entre a Etiópia e a Eritreia no ano passado, que colocou um fim a um dos conflitos mais duradouros de África.