Timor Leste investiga ataque ao presidente

Mundo Lusíada Com agencias

Claudio Vaz/Lusa

ATAQUES >> Primeiro Ministro Xanana Gusmão, ao lado de Vitor Alves, tio do major Alfredo Reinado, durante conferência de imprensa em Díli, 13 de fevereiro. Reinado foi morto após ataque contra o presidente timorense Jose Ramos-Horta.

Sete acusados no processo contra o major Alfredo Reinado, que morreu no ataque ao presidente do Timor, José Ramos-Horta, aguardarão julgamento em liberdade, após decisão judicial anunciada em 28 de fevereiro, em Dili. O líder rebelde Alfredo Reinado, um dos responsáveis pelo levante militar de 2006 no Timor Leste, respondia por homicídio, rebelião e posse ilegal de material de guerra junto a outras 17 pessoas.

Cinco dos acusados foram ouvidos pelo juiz responsável pelo caso. Todos estavam foragidos desde 30 de agosto de 2006, mas se entregaram às autoridades. Após o interrogatório, o magistrado optou por revogar a prisão preventiva que havia decretado anteriormente.

“O tribunal entendeu que as circunstâncias que permitiram, na altura, a medida de prisão preventiva mudaram, isto é, com a morte de seu líder Alfredo Reinado, as coisas mudaram completamente”, explicou o procurador Felismino Cardoso.

Timor-Leste já acordou a estrutura e as regras da operação de captura ao grupo. O governo concordou com as decisões do comando conjunto da operação “Halibur” ("reunir" ou "juntar" em tétum), que reúne as Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) e da Polícia Nacional (PNTL). A decisão veio um dia após aprovação do regime de “estado de sítio” por mais 30 dias, com toque de recolher obrigatório entre as 22h e 06h.

A investigação aos ataques contra José Ramos-Horta e o Primeiro-Ministro Xanana Gusmão está em curso através da Procuradoria-geral da República, do Departamento de Investigações Nacionais da Missão Integrada das Nações Unidas no Timor Leste e de uma comissão de inquérito interna com elementos das Forças Armadas e da secretaria de Estado da Defesa.

Rebeldes Em entrevista ao semanário Expresso, o novo líder dos militares rebeldes e substituto do falecido major Alfredo Reinado, Gastão Salsinha, declarou que foi um encontro do primeiro-ministro Xanana Gusmão, com peticionários (desertores do exército), que originou os ataques ao presidente Ramos-Horta, em 11 de fevereiro.

Salsinha desconhece a intenção de Reinado quando se dirigiu fortemente armado a casa do presidente timorense. De acordo com ele, o ataque liderado por ele ao carro do primeiro-ministro foi uma “reação emocional”. “Sabíamos que Reinado estava morto. Os homens ficaram zangados e dispararam(…). Se tivéssemos intenção de matar, não tínhamos atirado aos pneus. Foi um aviso”. Segundo o Expresso, mais de uma centena de homens estão com os rebeldes, escondidos algures na ilha.

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